La Fiesta de los Abrazos, dos comunistas chilenos
Tem início, sábado (dia 5) a grande festa dos comunistas chilenos, que vai receber a militância do Partido também representantes de vários partidos da América do Sul.
José Carlos Ruy, de Santiago
Publicado 04/01/2008 13:57
Na década de 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, uma forma de resistência encontrada pelos militantes do Partido Comunista do Chile foi, em todos os inícios de ano, convocar encontros, que eram realizados nos parques de Santiago, onde confraternizavam.
Esta é a origem da Fiesta de los Abrazos, que se transformou num acontecimento social importante para a esquerda e para os demócratas chilenos. Sob a ditadura, eram uma forma de comemorar o aniversário do partido, que foi fundado em 1912, com o nome de Partido Operário Socialista, por Emilio Luis Recabarren e, dez anos depois, transformou-se no Partido Comunista do Chile.
O jornalista José Luis Cordova, de El siglo, periódico do PCC, conta que, nas primeiras vezes em que a festa ocorreu, sob a ditadura, podia-se ouvir, a partir de fitas cassetes estrategicamnte escondidas nas copas das árvores, os cumprimentos dos dirigentes comunistas – entre eles personalidades lendárias como Volodia Teitelboim e Luis Corvalan – aos militantes do Partido. E, é desnecessário dizer, a policía da ditadura agia de forma dura contra aquela festa que já ia se tornando tradicional.
Hoje, a marca principalmente festiva mantém o caráter político da festa. Suas múltiplas atividades da festa incluí debates, seminários, mostras de música e teatro, venda de livros e discos, comidas típicas, etc. Entre estas atividades, destaca-se as homenagems pela passagem do centenário do massacre de trabalhadores pela policía e pelo exército ocorrido em Santa Maria de Iquique, m 1907.
Este ano, a Fiesta de los Abrazos ocorre nos dias 5 e 6 de Janeiro, e terá como eixo central a homenagem ao centenário do presidente Salvador Allende, assassinado pelos militares durante o golpe de Estado comandado por Pinochet, em 1973 – e que hoje é, para os comunistas e demócratas latino-americanos, um símbolo de patriotismo, anti-imperialismo e compromisso com o povo.