Empatados, Hillary e Obama preparam o round de Michigan
Depois de vencer as primárias democratas de New Hampshire, a aspirante presidencial Hillary Clinton tentará triunfar na consulta de Michigan, terça-feira que vem (15), para superar o empate com o senador de Illinois Barak Obama. Hillary, que as últimas pe
Publicado 09/01/2008 14:23
Depois da derrota da quinta-feira passada (3) para Obama nos “caucus” (assembléias) de Iowa, a senadora mudou sua linha de campanha, com a intenção de atrair os eleitores jovens, tidos como a chave do resultado naquele estado.
“A Criança que Volta”
Nesta quinta-feira Hillary trabalhou duro pela vitória em um dia de incansável corpo-a-corpo com os eleitores em Manchester, a maior cidade de New Hampshire.
Hillary passou a questionar a mensagem de mudança de seu rival, que despertou o interesse de setores da população favoráveis a um novo estilo de governo. Em uma evidente virada em seu discurso, ela disse que disputava a presidência em nome do futuro das pessoas de todas as idades, mas em particular dos jovens amerivcanos.
Com o triunfo de ontem, os simpatizantes da senadora já começam a chamá-la The Comeback Kid (“A Criança que Volta”), apelido que pegou em seu marido, Bill Clinton, depois que ele ganhou a indicação democrata e a presidência em 1992, após perder as primárias de Iowa e New Hampshire. Ele foi o único presidente americano a dar essa virada nos últimos 36 anos.
Obama, apesar do revés, disse que continua “engajado e pronto para continuar”, em um discurso para uma multidão de apoiadores que esperou horas pelo seu discurso. “Quero cumprimentar Hillary Clinton por uma vitória obtida depois de uma longa luta”, agregou ele.
O republicano McCain ressussita
O senador McCain foi o vencedor das primárias republicanas em New Hampshire. O resultado ressussitou sua campanha, que estivera a ponto de sucumbir por falta de recursos e apoio popular. Ele é visto como um republicano moderado, oposto à ultra-direita dos neoconservadores, que teve o seu auge no governo de Bush filho.
McCain obteve 37% dos votos, seguido pelo ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, com 32%. Em terceiro chegou o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee, vencedor do “caucus” de Iowa.
Depois das primárias de Michigan, seguem-se as da Carolina do Sul e Nevada, dia 19, e da Flórida, dia 29. Para 5 de fevereiro, a “Superterça”, estão previstas primárias em duas dezenas de estados. Ali ficará praticamente definido qual será o candidato democrata e qual o republicano. Hillary concorda que “o momento decidivo” será à meia-noite da “Superterça”.
Um estado branco e conservador
New Hampshire, na Nova Inglaterra, é um dos estados menores e menos populosos dos EUA (23 mil km2 e 1,2 milhão de habitantes). A população é quase toda branca (95,1%) e os negros constituem apenas 0,7%, atrás dos hispano-americanos (1,7%) e asiáticos (1,3%), ou ainda da população francófona (3,4%), origiária de franco-canadenses vindos da província de Quebec, com quem faz fronteira.
Em política New Hapmpshire deu a vitória em 2006 ao democrata John Kerry, que tentou impedir a reeleição do presidente George W. Bush. No entanto, é tido como o mais conservador dos seis estados da Nova Inglaterra. Conforme historiadores, foi o berço do Partido Republicano, em 1853.
A máquina do main stream democrata
Nesta terça-feira (8), pela primeira vez, uma pesquisa nacional sobre a intenção de voto democrata nas primárias mostrou Obama e Hillary empatados em todo o país. O diário USA Today publicou uma sondagem do instituto Gallup onde os dois aparecem com esatos 33% das preferências. Na metade de dezembro, antes da vitória de Obama nas primeiras primárias, em Iowa, Hillary Clinton tinha uma vantagem de 12 pontos nas pesquisas nacionais.
Do lado republicano, o Gallup atribui 25% a Mike Huckabee, que foi o vencedor em Iowa, indicando um crescimento de 9 pontos desde dezembro. O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani tem 20% (7 pontos a menos) e o senador John McCain 19% (5 a mais).
Os resultados de New Hapshire tendem a influir sobre as voláteis preferências dos eleitores, sobretudo democratas, possivelmente mudando o quadro mostrado pelo Gallup. A vantagem de Hillary, embora apertada, deve levá-la a recuperar seu favoritismo. Ao passo que Obama sente o tamanho da sua tarefa de desafiar a imensa máquina do main stream democrata.
É duvidoso porém que, depois dos sustos deste início de corrida presidencial, Hillary insista no seu discurso anterior. Antes de Iowa e New Hampshire, ela nunca falava “se eu for eleita” mas sempre “quando eu for presidente”.
Da redação, com agências