John Edwards abandona disputa por candidatura democrata
O democrata John Edwards anunciou nesta quarta-feira (30) sua saída da disputa pela candidatura democrata à Presidência dos EUA. O ex-senador pela Carolina do Norte notificou sua equipe da decisão e deve fazer uma anúncio oficial nesta quarta-feira e
Publicado 30/01/2008 15:07
A decisão é anunciada depois que Edwards perdeu nas primárias em quatro Estados para a senadora por Nova York Hillary Clinton e o senador por Illinois Barack Obama.
Ambos vem dominando o cenário da corrida democrata pela candidatura à Casa Branca.
De acordo com os assessores, ele não irá apoiar de imediato nenhum dos dois candidatos.
Edwards tentou enfrentar os dois rivais com uma campanha com menos recursos, enquanto, no campo pessoal, lidava com a doença da mulher, Elizabeth, que sofre de câncer de mama.
Recentemente, o casal anunciou que, ao contrário do que acreditavam, ela não está curada da doença. Na ocasião, Edwards havia afirmado que seguiria com sua campanha.
Ele deve anunciar que deixará a disputa ao lado da mulher e de seus três filhos.
A senadora por Nova York Hillary Clinton foi a vencedora da votação democrata na Flórida.
Nenhum dos pré-candidatos democratas fez campanha no Estado e Hillary venceu com folgas, como previam as pesquisas.
Enquanto para o Partido Republicano as prévias da Flórida tenham valor significativo, para os democratas os votos são simbólicos, já que nenhum candidato poderá contar com o apoio dos 210 delegados a que teria direito na Convenção Nacional de agosto em Denver, que designará o candidato presidencial para as eleições de 4 de novembro.
A medida também é uma punição dos delegados democratas pela antecipação das primárias.
Republicanos
Do lado republicano, o senador John McCain venceu as primárias na Flórida nesta terça-feira.
O ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, deve abandonar corrida e apoiar McCain.
McCain venceu na Flórida com 36% dos votos, contra 31% do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, que ficou em segundo. Giuliani ficou em terceiro, com 15%.
O ex-governador do Arkansas Mike Huckabee acabou em quarto lugar, com 13% dos votos.
Giuliani deve anunciar hoje sua saída da disputa. O ex-prefeito de Nova York tinha centrado sua campanha em uma vitória na Flórida, e sua derrota –após gastar cerca de US$ 35 milhões na campanha eleitoral– o deixa praticamente sem possibilidades de lutar na Superterça da próxima semana, quando mais de 20 Estados realizarão suas prévias.
Vitória
A vitória na Flórida permitirá a McCain captar mais fundos para sua campanha e concorrer na Superterça.
Os 57 delegados republicanos em jogo na Flórida vão ficar com McCain, já que pelas normas do Estado eles não são repartidos proporcionalmente à porcentagem dos votos obtidos.
Focado principalmente na questão da segurança nacional, o senador já havia vencido na Carolina do Sul, há 10 dias, e em New Hampshire, em 8 de janeiro.
Para Romney, a derrota na Flórida é decepcionante e o obriga a apostar tudo na Superterça.
Em discurso na cidade de St. Petersburg, Mitt Romney disse que parabenizou McCain por sua vitória e reconheceu que seus seguidores podiam estar um pouco decepcionados.
Com vistas às primárias da próxima semana, Romney destacou sua posição a favor de uma mudança real em Washington, e destacou que isso não acontecerá “simplesmente mudando alguém de assento”, em referência ao fato de que McCain deixaria de ser senador pelo Arizona para assumir a Presidência dos EUA.
Votação
A votação na Flórida marca o fim de uma fase da campanha presidencial, a última em uma série de votações em vários Estados.
As primárias continuam na próxima semana, com a Superterça marcada para 5 de fevereiro.
A Flórida, o quarto maior Estado em população dos Estados Unidos, foi a primeira prova da influência do voto hispânico.
Cerca de 20% da população da Flórida é hispânica (o número cresce para 60% no Condado de Miami Dade) e há muito tempo o grupo representa um papel influente –e por vezes decisivo– na política norte-americana.
A situação da economia e a Guerra do Iraque foram as principais preocupações dos eleitores, enquanto a imigração ficou relegada a um quarto lugar, atrás dos valores familiares.
Fonte: Folha Online