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Governo chileno enfrenta polêmica por chefes militares questionados

O governo da presidente Michelle Bachelet enfrenta atualmente uma delicada polêmica sobre a denunciada participação de altos oficiais do Exército em serviço ativo na repressão depois do golpe militar de 1973. Ao menos cinco generais de divisão – dos

Entre eles destaca o general Gonzalo Santelices, atual chefe da estratégica Guarnição Militar de Santiago, envolvido no denominado caso Caravana da Morte, onde 14 jovens foram fuzilados nos arredores da cidade de Antofagasta, no norte do país.



O próprio Santelices teria reconhecido judicialmente – há mais de cinco anos – ter participado na comitiva que trasladou esses prisioneiros políticos, pelo o que na semana passada o advogado Hugo Gutiérrez solicitou que ele fosse declarado como “culpado” e não como “testemunha”.



Organizações dos direitos humanos demandaram que o general, quem era um jovem subtenente em outubro de 1973 quando foram cometidos os crimes, ao menos, seja afastado das filas do Exército.


Circula com força o critério de que Santelices será obrigado a renunciar, mas nada disto pôde ser confirmado ainda.



O tema repercutiu de imediato no Palácio de la Moneda, onde a presidenta Bachelet renovou seu gabinete ministerial no mês passado para impulsionar o “segundo tempo” de seu mandato.



A cúpula governamental definiu sua posição ao respeito, mas passaram ao público as diferenças de opinião de dois ministros políticos: Francisco Vidal, secretário geral de Governo, e José Antonio Vieira-Gallo, secretário geral da Presidência.



O primeiro, porta-voz do Governo e nesses momentos ministro interino de Defesa, anunciou que tinha comunicado a opinião do Governo – que não a fez pública- ao Comandante em Chefe do Exército, general Oscar Izurieta, para que tomasse as medidas pertinentes.



Mas no mesmo dia, Vieira-Gallo comentou que a geração de jovens tenentes (ou subtenentes) de então, alguns deles atualmente generais, não tem a máxima responsabilidade na repressão por ter sido subordinada a ordens superiores.



Desagradado, Vidal assegurou que essa era uma opinião pessoal de Vieira-Gallo e não a posição do governo, mas, pouco mais tarde, ambos esclareceram que não havia discrepâncias entre eles, ainda que a polêmica já havia desatado.



O general Izurieta, segundo fontes governamentais, teve que interromper suas férias para tratar o tema de Santelices, bem como também o chamado Caso Paine, que envolve outros quatro generais.



Nesse caso, pelo assassinato de 22 camponeses, foram apontados os generais Guillermo Castro Muñoz, Eduardo Aldunate Hermann, Julio Baeza von Bohlen e Cristián Le Dantec Gallardo.



Meios chilenos estimam que 30 por cento dos oficiais das Forças Armadas e de Ordem superiores ao cargo de major integraram os aparelhos repressivos de Augusto Pinochet e alertam sobre um possível “pacto de silêncio” entre eles, que já cumpre mais de 34 anos.



Fonte: Prensa Latina