Eleições municipais são mote das comemorações do Dia da Mulher

A mesa foi composta por representante de todos os partidos que possuem mulheres em suas bancadas. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) – a primeira a falar logo que foi facultada a palavra – disse que nas comemorações do Dia da Mulher deve-se dizer “votem em mulheres, de todos os conteúdos ideológicos, mas que têm em conjunto um insigne que é a luta para que homens e mulheres garantam status e oportunidades iguais na sociedade”.

Com a palavra de ordem “Mulheres à luta”, a parlamentar comunista deu o mote dos discursos. A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) destacou que “este ano será mais provocativo, mais desafiador para todas nós, porque temos eleições espalhadas pelo Brasil afora”. Ela queixou-se da participação tímida das mulheres na política frente ao que a mulher representa no conjunto da população brasileira.

A parlamentar petista parabenizou a iniciativa de deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que propôs a realização de uma comissão geral que será realizada no dia 4 de março, abrindo as comemorações. Segundo Fátima Bezerra, a comissão geral trará a sociedade civil para o debate que não deve ficar limitado ao parlamento. “Precisamos disseminar conceitos, idéias e leis para todo o País”.

Sobre as eleições municipais, ela falou que “a bancada feminina deve intensificar o debate para estimular que mais e mais mulheres venham participar da disputa eleitoral deste ano”, lembrando que nas últimas eleições somente 25% dos municípios tiveram candidatas mulheres e em apenas 7% das cidades elas obtiveram êxito.

Líder comunista

As deputadas capixabas Sueli Vidigal (PDT) e Rose de Freitas (PMDB)  abriram, com seus discursos, uma série de saudações e parabéns à deputada Jô Moraes, escolhida como líder do PCdoB.

Para Jô, que saiu mais cedo do evento para participar da reunião do Colégio de Líderes, “a recepção dada por toda a bancada feminina acerca da conquista da liderança do PCdoB por uma mulher é a demonstração que há uma ânsia de participação e protagonismo do conjunto das mulheres”.

A líder comunista lembrou o fato de “o PCdoB que teve a ousadia de escolher uma mulher que vem também  do processo de luta do movimento de mulheres e não apenas mais uma mulher registrou a contribuição que o PCdoB dá a participação das mulheres na instâncias do poder”.

Rose de Freitas também lamentou a ausência da ex-deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), lembrando da luta dentro do Parlamento por mais espaço de poder para as mulheres. “Eu lembro quando nós, de pé nas reuniões da Mesa Diretora apresentávamos nossas reivindicações”, disse, acrescentando que até hoje as mulheres ainda brigam para fazerem parte na composição da Mesa Diretora e nas comissões”.

Programação

A coordenadora da bancada, deputada Sandra Rosado (PSB-RN) apresentou a programação, que começa na próxima terça-feira (4), com a realização da comissão geral. Segundo ela, a reunião no Plenário da Casa com participação da sociedade civil “vai discutir mulher nos espaços de poder, tema importante em função das eleições municipais e vai permitir alavancar a participação das mulheres no processo eleitoral”. Também haverá discussão sobre aplicação da Lei Maria da Penha, contra a violência doméstica, que só foi implantada em 17 estados da federação.

Rosado destacou, dentro da programação, a gravação de um especial do programa Mulheres no Parlamento, da TV Câmara, com a participação de 140 mulheres líderes comunitárias que farão perguntas às parlamentares.

A programação prevê ainda uma exposição de imagens de mulheres na história da Câmara, no corredor de acesso ao plenário, que será aberta no dia 4 de março e fica em cartaz até o dia 14. No dia 5 de março, haverá entrega do Diploma Carlota Pereira de Queirós à mulheres de destaque. Os nomes ainda não foram escolhidos. E, no dia 11, haverá a tradicional sessão solene conjunta do Congresso nacional em homenagem à data.

De Brasília
Márcia Xavier