Republicano lidera intenções de voto nos EUA
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) pelo jornal americano Los Angeles Times e pela agência Bloomberg com 1.246 eleitores aponta que o pré-candidato republicano John McCain venceria as eleições com 46% contra 40% caso enfrentasse a pré-candidata
Publicado 27/02/2008 11:59
Segundo o estudo, McCain também venceria o pré-candidato Barack Obama por 44% contra 42% na votação. O resultado é considerado empate técnico, já que a margem de erro da pesquisa é de 3%.
Ainda de acordo com a pesquisa, 61% dos eleitores disseram ter opinião favorável sobre McCain.
Em relação à disputa entre os democratas, a vantagem de Obama sobre Hillary se confirmou em um levantamento divulgado pelo jornal New York Times e pela rede de TV CBS, que o aponta com 54% contra 38% nacionalmente.
Em janeiro, ele tinha 27% da preferência dos eleitores e Hillary contava com 42%. Para o jornal USA Today, em pesquisa realizada com o instituto Gallup, Obama lidera a preferência democrata com 51%, enquanto Hillary tem 39% das intenções de voto em escala nacional.
Obama e Hillary trocam acusações
No debate realizado na noite de terça-feira, Obama e Hillary trocaram acusações sobre a saúde, a ocupação do Iraque e a economia — principalmente sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês).
Foi o último debate entre os dois antes das prévias de Ohio, do Texas, de Rhode Island e de Vermont na semana que vem, quando disputarão um total de 370 delegados.
Os dois pré-candidatos devem fazer campanha em Ohio nesta quarta-feira. Hillary terminará seu dia em Virgínia Ocidental, e Obama deve terminar os atos de campanha no Texas.
Depois de 11 derrotas consecutivas nas révias desde a “super terça”, Hillary necessita de vitórias siginicativas nas disputas da próxima semana. Segundo a Associated Press, Obama possui 1.372 delegados contra 1.264 de Hillary. Um total de 2.025 são necessários para assegurar a indicação do Partido Democrata.
Do lado republicano, a expectativa é de vitória do favorito John McCain, senador por Arizona e veterano da Guerra do Vietnã.
Ele possui um total de 1.013 dos 1.191 delegados necessários para a nomeação republicana na convenção que deve ocorrer em setembro em St. Paul (Minnesota).
Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas, possui apenas 257 delegados até o momento.
Ocupação do Iraque
A respeito da ocupação do Iraque, os dois candidatos criticaram no debate o conflito iniciado por George W. Bush em 2003.
A ex-primeira dama votou a favor da guerra em 2002, em uma época em que Obama ainda não estava no Congresso.
Questionada se voltaria atrás na decisão, Hillary afirmou: “Sim, com certeza. Eu já disse isso muitas vezes”.
Durante o debate, Obama criticou a rival pelo apoio inicial ao conflito. “A senadora diz que está pronta para dar fim à guerra, mas na verdade ela estava pronta para ceder para Bush sobre essa questão crítica”, disse o senador por Illinois.
Planos de saúde
“O senador (por Illinois) Obama disse repetidas vezes que eu forçaria as pessoas a terem planos de saúde independente de elas poderem pagar ou não', disse Hillary, insistindo que tal afirmação não é verdade.
Respondendo rapidamente, Obama contra-atacou dizendo que a ex-primeira-dama afirmou repetidas vezes que o plano de Obama “deixaria 15 milhões de pessoas descobertas (…) Eu contesto isso e creio que seja impreciso”, afirmou o senador por Illinois.
“Dezesseis minutos de debate sobre sistema de saúde é um começo”, afirmou o mediador, ao tentar evitar que um dos dois pré-candidatos insistisse mais uma vez no tema.
Os dois rivais, os únicos sobreviventes das prévias democratas, se sentaram lado a lado em uma mesa sobre um palco na universidade do Estado de Cleveland.
Roupa tribal
Hillary afirmou ainda que até onde ela sabia, sua campanha não tinha nada a ver com a fotografia de Obama divulgada nesta segunda-feira, onde ele aparece com roupas tribais africanas no Quênia, que circulou junto a boatos de que o pré-candidato seja muçulmano.
O site de notícias e fofoca “The Drudge Report” postou a imagem na segunda e afirmou que ela estava sendo divulgada por membros da equipe de Hillary.
“Não sabemos de onde ela veio”, disse Hillary, afirmando que esse não é o tipo de comportamento que ela quer em sua campanha. “Acredito na palavra da senadora (por Nova York) Clinton de que ela não tinha nada a ver com o foto”, declarou Obama.
“Nos últimos debates, parece que eu sempre sou a primeira a responder as perguntas. Eu não me importo, ficarei feliz em respondê-las”, disse Hillary ao ser questionada sobre o Nafta.
“Acho curioso, se alguém viu 'Saturday Night Live' (programa humorístico de TV), talvez devesse perguntar a Barack se ele está confortável e precisa de outro travesseiro”. A platéia fez uma breve vaia.
Hillary tentou fazer um brincadeira relacionada ao episódio do programa do último sábado, quando o programa fez um quadro que mostrava a imprensa pegando leve com Obama, e um mediador perguntava durante um debate com Hillary se ele estava confortável e precisava de outro travesseiro.
Pressão sobre o México
Hillary acusou Obama de distorcer suas posições sobre o Nafta e disse ser favorável a uma reavaliação do tratado. “Precisamos consertar o Nafta”, disse a ex-primeira-dama.
Os dois debateram o tratado de livre comércio com o Canadá e o México, que é muito impopular entre a classe operária, cujos votos são vitais na prévia de Ohio, no próximo dia 4, mostrando posições semelhantes.
Nenhum dos dois disse que sairia do tratado, mas ambos afirmaram que ameaçariam sair para pressionar o México por mudanças. “Eu disse que eu iria renegociar o Nafta”, disse Hillary. “Eu direi ao México que irei sair do Nafta se não renegociarmos”.
Obama disse que a senadora por Nova York é a ambígua sobre o assunto, elogiando o acordo em Estados agrícolas onde o tratado é popular, enquanto o critica em Estados como Ohio.