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Em greve, trabalhadores da construção civil da BA protestam

Após tentativas frustradas de acordo, os trabalhadores em greve desde 25 de fevereiro realizaram um protesto no centro de Salvador. Os manifestantes saíram nesta quinta-feira (28) da Delegacia Regional do Trabalho, onde participaram de reunião com represe

De acordo com Florisvaldo Bispo dos Santos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira do Estado da Bahia (Sintracom), a categoria reivindica reposição salarial, recebimento de cesta básica, redução do prazo de experiência de 90 para 30 dias e aviso prévio indenizatório.


 


Ainda segundo Florisvaldo, o resultado da reunião ocorrida foi insatisfatório para os trabalhadores. Quase 100 % dos profissionais da área aderiram à paralisação: um total de 35 mil pessoas.


 


Greve


 


Em assembléia da categoria nesta quarta-feira (27), os trabalhadores decidiram manter as atividades paralisadas por tempo indeterminado. A decisão aconteceu após reunião na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), na qual o mediador repetiu a proposta  de reajuste oferecida pelos patrões  e rejeitada pelos empregados. O impasse continua e a greve completou cinco dias nesta sexta (29).


 


“Foi vergonhosa a postura adotada pelo mediador da DRT, de apresentar a proposta de reajuste de 8% para ajudantes e 6% para profissional. Nós já tínhamos dito não a esta mesma proposição feita pelos patrões. Parecia até que foi combinado entre eles”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção da Bahia (Sintracom-BA), Raimundo Brito.


 


Como não houve acordo, o Sintracom-BA convocou a passeata da quinta (28). A concentração iniciou às 11h, no Campo Grande. Os trabalhadores sairam em direção ao Largo de São Bento, onde realizam uma assembléia para avaliar e decidir os rumos do movimento.


 


Reivindicações


 


A categoria reivindica 14% de reajuste, cesta básica, alimentação gratuita e servida no bandejão (para abolir a “quentinha”, que tem provocado muitos casos de infecção intestinal nos operários) e redução do contrato de experiência, que permite a contratação e demissão com três meses e vem sendo utilizado por diversas empresas como uma forma de fraudar a legislação e não pagar os direitos trabalhistas.


 


Além de oferecerem uma proposta rebaixada de aumento, os patrões ainda não se manifestaram sobre os outros pontos da pauta de reivindicações.


 


Salvador vive um momento de grandes empreendimentos imobiliários, principalmente no setor de construção de condomínios de luxo. Apesar dos lucros extraordinários apresentados em 2007, com expectativa de ganharem mais ainda em 2008, beneficiados com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os financiamentos para habitação, os patrões só ofereceram 5,7% de reajuste e a manutenção da Convenção Coletiva de 2007, sem nenhuma mudança para melhor. E isso os trabalhadores não aceitam.