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Brasileiros protestarão contra invasão colombiana no Equador

Como parte da mobilização brasileira à Conferência Mundial da Paz, que acontece de 8 a 13 de abril, em Caracas, na Venezuela, o Centro Brasileiro de Soliariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), em conjunto com as entidades da Coordenação dos Movi

O ato simbólico acontecerá a partir das 11 horas em frente à Praça Ramos, centro da capital paulista. O Objetivo, segundo Rubens Diniz, da Diretoria do Cebrapaz, será denunciar as agressões ao continente bancadas pelos EUA e levadas a cabo pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe Vélez.


 


Rubens refere-se ao assassinato, promovido por Uribe, do porta-voz internacional e número dois das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, em solo equatoriano, no dia 1º de março.      
   


''A cada dia que passa percebemos que existiu uma grande participação dos EUA na agressão que ocorreu no Equador. Foram utilizados recursos e tecnologia norte americana. A atitude de Uribe foi muito negativa num momento em que as forças insurgentes buscavam uma saída humanitária para o conflito com o governo colombiano. Uribe tratou de calar a voz do diálogo ao matar o Raúl Reyes'', disse Rubens ao Vermelho.


 


Rubens também citou a semelhança do argumento utilizado por Uribe para promover o assassinato do líder guerrilheiro com os utilizados por Bush na promoção de suas guerras.


 


''Os argumentos que Uribe utiliza são os da guerra preventiva, tão propalados pelo governo americano, ou seja, buscar os inimigos onde quer que eles estejam. Fora tudo isso, percebemos que é uma ação clara e nítida de querer desestabilizar os processo de transformaçao que acontece na AL. o Objetivo americano, levado a frente por Uribe, é o de inviabilizar o processo de integração na América Americano. Por isso, o Cebrapaz e a CMS está convocando todas as forças progressistas, que se solidarizam com o povo colombiano, a se somar a essa mobilização em defesa da paz e de uma saída humanitária para o conflito na Colômbia'', agrega.


 


O Cebrapaz também informou que estará recolhendo assinaturas para o manifesto ''Em defesa da saída política ao conflito armado na Colômbia e do intercambio humanitário'' (leia o texto ao final da matéria) durante a mobilização. A idéia é entregar o manifesto ao consulado da Colômbia no Brasil. O ato também é parte da Jornada Mundial pela Paz na Colômbia.


 


Debate


 


Durante a tarde, as entidades promoverão, à partir das 18 horas no auditório do subsolo da Câmara de Vereadores de São Paulo, o debate ''''A luta pela paz na AL contra o imperialismo''.


 


O Cônsul da Venezuela, de Cuba e do Equador, ao lado de Altamiro Borges, Renato Rovai e Valter Pomar, farão uma reflexão sobre os últimos acontecimentos no continente e apresentarão opiniões a cerca da luta pela paz.


 


''Já iniciamos os trabalhos do comitê preparatório brasileiro à Conferência Mundial da Paz no útlimo dia 26. O debate é mais uma iniciativa de mobilização para que o nosso país tenha uma grande e qualificada presença em Caracas no mês de abril'', explicou Rubens.


 


A Conferência é o momento no qual o Conselho Mundial da Paz (CMP) debate e organiza, em conjunto com os outros movimentos, sua agenda de lutas para o próximo período. Dentre as principais bandeiras do CMP se encontram a luta em defesa da soberania nacional, dos direitos humanos e do desenvolvimento econômico e social.


 


O CMP é um movimento internacional de massas, de caráter antiimperialista, democrático e independente. Suas origens remetem ao final da 2º Guerra Mundial, quando diversos intelectuais, artistas, cientistas e militantes da luta pela paz, como Juan Marinelo, Pablo Picasso, Graciliano Ramos, entre outros, organizaram o Congresso Mundial dos Partidários da Paz, celebrado em Paris, em abril de 1949. O Cebrapaz é o representante do CMP no Brasil.


 


Serviço    


 


Dia 6 de março
Manhã
Jornada Mundial pela paz na Colômbia
Ato: ''Contra as provocações de guerra dos EUA na AL''
Horário: Concentração 11h
Local: Praça Ramos – Centro de SP, próximo à estação República do metrô.
Organização: Cebrapaz, MST-SP, CTB, UNE, Ubes, UBM, Unegro, Conam, Nação Hip Hop Brasil, entre outras da CMS. 


 


Tarde
Atividade preparatória à Conferência Mundial da Paz
Debate: ''A luta pela paz na AL contra o imperialismo''
Horário: 18h
Local: Câmara Municipal de SP – Auditório do subsolo Sérgio Vieira de Melo (Palácio Anchieta, viaduto Jacareí).
Organização: Cebrapaz e CMS.


 


Leia abaixo o manifesto.


 



Em defesa da saída política ao conflito armado na Colômbia e do intercambio humanitário


 


Há mais de 43 anos o povo colombiano grita ao mundo por sua dor e seu sofrimento. Há anos o sofrimento do povo deste país-irmão vem sendo abafado pelos grandes grupos econômicos que controlam governos e a grande imprensa que, em sua guerra ideológica, baseada em mentiras e falsos acontecimentos, deixa a nós brasileiros e ao mundo de costas para o resto da América Latina. Porém, a realidade desmente o que dizem os grandes veículos de comunicação (e as chamadas ''mídias de referência'').


 


Cada vez mais os povos de todo o mundo se levantam contra o Terrorismo de Estado, o militarismo e o narco-paramilitarismo, que assola a Colômbia e ameaça a paz em toda a nossa América Latina e o Caribe.


 


As súplicas do povo colombiano por Paz com Justiça Social, Soberania e Dignidade ecoam por todos os cantos do globo e encontram terreno fértil em muitos lugares, onde, infelizmente, não está incluída a própria Colômbia.


 


O conflito está evidente aos olhos de qualquer um que procure enxergar a realidade. Apesar disso, o governo colombiano insiste em negar a existência de um conflito armado em seu país, mesmo gastando 22,2 bilhões de pesos anualmente em sua guerra suja, um percentual do PIB ainda maior que a nação mais militarizada do planeta. Planejada e coordenada pelos Estados Unidos, principal beneficiário da guerra e do tráfico de drogas, os males que afligem a Colômbia afundam o país no caos e na pobreza, com uma dívida humanitária impagável e incalculáveis vidas desperdiçadas por um ''câncer'' que já sugou a vida de pelo menos 300 mil de seus cidadãos.


 


Nesse jogo de interesses com origem nos Estados Unidos, o maior e mais destrutivo império de todos os tempos, o presidente Álvaro Uribe Vélez se contrapõe a qualquer gesto humanitário que possa levar ao Intercâmbio Humanitário (a troca de prisioneiros), passo fundamental para por fim ao sofrimento de tantas famílias colombianas e estrangeiras, fundamental para que se iniciem, concretamente, as negociações de paz.


 


Não há saída militar para o conflito. Os que jogam contra a paz e a solução política para esse conflito que provoca tanto sofrimento aos nossos irmãos colombianos são os mesmos que lucram com a guerra e a utilizam para proteger os seus negócios sujos, como o tráfico de drogas, a corrupção e o assalto ao povo daquele país. A procura por uma saída política para o conflito armado na Colômbia é a única alternativa concreta para esse povo tão bravo e lutador.


 


De todas as formas, aqueles que estão comprometidos com a guerra tentam deter o avanço dos embaixadores da paz no país. O mandatário da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez Frías, e a senadora Piedad Córdoba, que não poupam esforços pela paz na Colômbia e no continente, foram sabotados descaradamente em suas ações em prol do regresso dos detidos ao seio de suas famílias.


 


Somente com amplo apoio internacional, os clamores do povo que anseia pela paz serão ouvidos nos elegantes salões da Casa Branca e da Casa de Nariño, garantindo assim um futuro para a paz. O povo colombiano clama pelo fim dos desaparecimentos e desalojamentos forçados, das ameaças, das execuções extrajudiciais e dos massacres aos povos desse país, desde os camponeses e indígenas aos jovens militantes urbanos, líderes sindicais e populares. São mulheres, homens e crianças, mais de 300 mil vítimas inocentes cujo sangue foi derramado para garantir os privilégios dos criminosos que se encastelam no poder.


 


É com muito orgulho e um forte sentimento de solidariedade que o povo do Brasil ergue-se em defesa dessa causa justa, para dizer um basta à violência e exigir que o governo colombiano escolha o caminho do diálogo, da solução política para o conflito, ao invés das ameaças, dos bombardeios e da obediência aos interesses estadunidenses.


 


Vamos exigir que o governo colombiano opte pela vida ao invés da morte e pela verdadeira democracia, na qual o soberano seja o povo, ao invés de uma ditadura fascista ou da guerra. Clamamos por outra realidade possível, por uma Colômbia em Paz com Justiça Social, uma Colômbia Digna e Soberana.


 


Chega de massacres!


Chega de guerra!


Pelo Intercâmbio Humanitário!


Por uma saída política para o conflito!


 


Para apoiar o manifesto entre em contato conosco através do e-mail cebrapaz@uol.com.br


 


Matéria modificada às 15h34.