Cesp, que o governo quer privatizar, obtém lucro de R$179 milhões

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que o governador José Serra quer privatizar no próximo dia 26 e março, divulgou ontem, no seu balancete referente ao ano de 2007, um lucro líquido de mais de R$ 178 milhões.

A notícia, que deve ter animado as companhias de capital estrangeiro que estão de olho na estatal paulista, ainda mostra uma reversão no prejuízo obtido no exercício de 2006, quando a empresa ficou R$ 118 milhões no vermelho.


 


Estão na disputa pelas ações do governo na Cesp a companhia Suez/Tractebel, de capital francês e belga; a Neoenergia, espanhola; a Enel/Endesa (ítalo-espanhola) em conjunto com a portuguesa EDP. A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), formada por capital nacional, também deve concorrer.


 


Resta ainda saber sobre a Eletrobrás que, a depender da votação do Senado Federal sobre a Medida Provisória 396/2007, poderá legalmente apresentar proposta. A MP 396/2007 autoriza a Eletrobrás, Chesf e Furnas a formarem consórcios para aquisições em que tenham percentual majoritário, o que era proibido desde o governo FHC e foi utilizado para estimular as privatizações. A próxima segunda feira é o prazo limite para que os interessados se inscrevam.


 


A Cesp foi responsável pela geração de 60% da energia elétrica do estado de São Paulo e 10% da produção nacional, o que a torna uma das principais empresas do ramo no Brasil. O governo paulista espera obter no mínimo R$ 6,6 bilhões com a venda de sua participação. O valor mínimo é questionado por entidades, que dizem que o cálculo de patrimônio está subestimado. Segundo Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, o valor real seria três ou quatro vezes maior.  


 


Fernando Borgonovi, com agências