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Equador e Colômbia entram em acordo sobre texto da OEA

Diplomatas da Colômbia e do Equador chegaram nesta quarta-feira (5) a um acordo sobre um texto longamente negociado, a ser divulgado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre o ataque militar colombiano em território equatoriano. Embora não con

O texto foi objeto de cerca de dez horas de debates entre os diplomatas da OEA, que entraram pela madrugada desta quinta-feira na sede da organização em Washington. A sessão foi suspensa sem que se chegasse a um texto final. A opinião da diplomacia estadunidense, que em outros tempos colocava em ordem unida as delegações latino-americanas, desta vez parece não ter sido de grande valia para o aliado número um de Bush no continente.



Uribe se isolou



O governo colombiano do presidente Álvaro Uribe isolou-se diplomaticamente com a ação militar da madrugada de sábado (1º), que violou as fronteiras do Equador para massacrar enquanto dormiam o porta-voz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, e outros 16 guerrilheiros. Conseguiu o apoio do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, como era de se esperar. Mas do México para baixo a América Latina em peso se pronunciou contra o episódio, que o chanceler brasileiro, Celso Amorim qualificou de ''gravíssima'' e ''condenável''.



Amparado por essa solidariedade, o presidente do Equador movimentou-se rapidamente. Está em meio a uma turnê latino-americana que já passou pelo Peru e o Brasil, e inclui ainda a Venezuela, Panamá, Nicarágua e República Dominicana. Enquanto isso, Uribe, isolado em Bogotá, tenta desviar as atenções da violação da soberania equatoriana divulgando documentos, supostamente capturados com os guerrilheiros, que atestariam a existência de relações entre as Farc e os governos de Caracas e Quito.



Pressão por resposta rápida



Em Brasília, após encontrar-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Correa cobrou uma decisão rápida da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a crise diplomática.



“Exigimos que a OEA se posicione de forma rápida, ratifique a inviolabilidade dos territórios nacionais, de acordo com sua carta constitutiva, ratifique a inviolabilidade da soberania dos países, forme essa comissão de verificação para apurar os fatos, ratifique a agressão de que fomos objetivo”, disse Correa.



O ministro Amorim, que o acompanhou na coletiva de imprensa, disse que o governo brasileiro também espera uma decisão da OEA ainda hoje sobre o conflito, sob o risco de colocar em risco a própria credibilidade da organização. Ainda segundo o chanceler, Lula avisou a Uribe que está disposto a recebê-lo, mas a visita não tem data marcada.



Da redação, com agências