Ciclo de debates na Assembléia Legislativa analisa desafios das mulheres

O evento ocorreu no Plenarinho da Assembléia Legislativa e teve a presença de mais de cem pessoas. A diretora da Caixa do Rio Grande do Sul, Suzana Kakuta, representou a governadora Yeda Crusius no evento.

Entre as pautas de discussão, a valorização do trabalho da mulher, o combate à precarização e à discriminação, e a maior divulgação da Lei Maria da Penha, entre outros.

“Ainda pesam sobre as mulheres estruturas sociais que reproduzem relações desiguais de gênero, de raça e de classe, nas quais as relações de dominação e de exploração foram construídas e ampliadas”, afirmou Cora Chiapetta, presidente da UBM.

Carrion lembrou durante o evento que, mesmo representando 45% da força de trabalho do país, chefiarem mais de 30% dos lares e terem escolaridade maior que os homens, as mulheres ganham em média só 70% do que estes ganham. Em geral, só têm acesso às atividades de menor prestígio social e menor remuneração. ''E as mulheres negras – as mais discriminadas – recebem a metade do que recebem as mulheres brancas.''

“A sociedade impõe às mulheres as atividades de menor prestígio social e mais baixa remuneração e as alija dos cargos de confiança”, disse Carrion.

O evento teve a participação da OAB, por meio da Comissão da Mulher Advogada, Associação de Médicos e Amigos de Cuba, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, UNE, Uampa, CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), Unegro, UJS, Federação e Sindicato dos Metalúrgicos, PSDB – Mulher de Canoas, Nação Hip Hop Brasil, da Federação Árabe Palestina.

Na sexta-feira (7), antes da caminhada das mulheres pelo centro de Porto Alegre, um grupo de manifestantes tentou uma audiência com a governadora do Estado, Yeda Crusius, sem sucesso. A intenção era manifestar a indignação com a investida truculenta da Brigada Militar contra mulheres da Via Campesina que ocuparam uma fazenda em Rosário do Sul.

Para Carrion, o governo Yeda tem demonstrado que ainda há muito que avançar na luta pela igualdade de gênero 'que não é única das mulheres'. “A diferença não pode significar jamais desigualdade”, defendeu o deputado.

Isabela Soares