Perpetua luta pela revalidação de diplomas
A idéia é firmar convênios com as universidades federais, para que os diplomas de médico expedidos pela Escola Latino-Americana de Cuba, ELAM, sejam revalidados.
Publicado 10/03/2008 21:42 | Editado 04/03/2020 16:10
Os deputados federais Perpétua Almeida e Nilson Mourão, além dos senadores Sibá Machado e Tião Viana, incentivam a assinatura de um convenio com universidades federais para revalidar o diploma dos estudantes egressos da Escola Latino-americana de Medicina em Cuba (Elam).
A idéia é fazer valer o comentário dos ministros da Educação, Fernando Hadad, e de Saúde, José Gomes Temporão, de que “2008 é o ano da revalidação”.
“Temos cerca de mil municípios brasileiros sem um médico sequer. E, de Acordo com a Organização Mundial de Saúde, 3 mil cidades no país têm um número de médicos abaixo do recomendado. Ou seja, o Brasil precisa de um profissional para cada mil habitantes.
Esses convênios devem priorizar regiões carentes. E o Acre é uma delas”, disse a deputada, para quem “não é justo submeter os alunos a uma espera maior ainda. Em Cuba, há um médico para cada 160 habitante.
O reitor da Ufac, Jonas Filho, já conheceu a minuta do convênio. Ele reuniu com os parlamentares, semana passada, em Brasília. A Ufac foi apontada entre as quatro instituições brasileiras mais amadurecidas, atualmente, para encaminhar o convênio, juntamente com as federais de Minas Gerais, Ceará, Amazonas e Rio de Janeiro.
O governador acreano, Binho Marques, assumiu o compromisso de munir a universidade das condições necessárias para que os convênios sejam assinados ainda este ano.
Atualmente, há 227 alunos formados, à espera da revalidação. A cada reunião, eles lembram o parecer já dado pelo Conselho Nacional de Educação, segundo o qual “existe, sim, compatibilidade na grade curricular de Cuba e Brasil. A solução deve vir por meio político, já que o problema não é técnico”, explicou Janilson Lopes, líder do movimento estudantil.
Ele informa que, sem auxílio político, muitos colegas serão obrigados a pagar até R$ 30 mil para revalidar seus diplomas. Só assim terão garantido o tão sonhado registro no Conselho Federal de Medicina.
O apelo do Congresso e dos acadêmicos será levado à Andifes – entidade que representa as universidades federais-, nesta quarta-feira (12), na capital federal.
Uma mensagem do governo brasileiro, pedindo a revalidação dos diplomas, está emperrada na Comissão de Educação há 6 meses. A resistência é maior por parte dos deputados-médicos e do grupo parlamentar que representa os interesses dos CRM´s no parlamento.
Ainda assim, a proposta já foi aprovada na Comissão de Relações Exteriores, com louvores ao relatório do deputado Nilson Mourão.
A idéia de convênios tem a solidariedade da União Nacional dos Estudantes (Une), da Associação dos Pais e Amigos dos Estudantes em Cuba e a da Coordenação do Núcleo dos Estudantes Cubanos.
De Brasília Assem Neto