CPI dos Cartões: senador critica tentativa de politização
Na primeira reunião da CPI mista dos Cartões Corporativos, nesta quarta-feira (12), a oposição comprovou sua intenção de politizar a comissão. Dos 151 requerimentos apresentados, 12 foram aprovados. O mais polêmico, rejeitado, foi o relativo à quebra de s
Publicado 12/03/2008 18:13
O relator da CPI mista, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), afirmou que não é possível “colocar o carro na frente dos bois” e criticou a possibilidade de “divulgar CPFs de funcionários da Abin”. O deputado defendeu que primeiro se faça um debate sobre a necessidade de haver ou não sigilo dessas informações e que, só depois, seja votado requerimento transferindo o sigilo.
O senador João Pedro (PT-AM) criticou o desejo da oposição de buscar dados da Presidência da República. “Não dá para ser assim”, acredita o senador. Para João Pedro, trata-se de uma tentativa de “politizar a investigação e atingir o governo”.
“Não podemos politizar o início dos trabalhos de uma CPMI sobre a qual há grandes expectativas por parte da sociedade brasileira”, afirmou João Pedro.
Requerimentos
Entre os requerimentos aprovados, está um que pede ao Ministério do Planejamento informações não-sigilosas sobre cartões corporativos e contas de suprimentos de fundos.
Entre os convidados estão os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Alencar Rodrigues. Os integrantes da CPI também aprovaram o convite para que o ex-ministro Paulo Paiva compareça à comissão. Paiva foi ministro do Planejamento no Governo Fernando Henrique Cardoso, no período entre 1998 e 1999, época em que o cartão corporativo foi criado.
Outros requerimentos aprovados na mesma reunião convidam a ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro e os ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin.
Os quatro últimos requerimentos aprovados nesta quarta-feira referem-se a depoimentos de autoridades da área de segurança e foram votados após parlamentares da base do governo e da oposição discutirem longamente a respeito da necessidade ou não de transferência de sigilo sobre os dados de gastos de funcionários da Presidência da República e suas unidades gestoras com cartões corporativos. Os parlamentares decidiram ouvir especialistas em segurança presidencial antes de deliberar sobre o assunto.
Serão então ouvidos o ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Félix; o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda; o ex-diretor-geral da Abin, Mauro Marcelo de Lima e Silva e o ex-ministro-chefe do gabinete da Segurança Institucional da Presidência da República, Alberto Mendes Cardoso.
De Brasília
Alberto Marques
Com agências