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Lei eleitoral espanhola alija esquerda do poder

A Esquerda Unida (IU), coalizão de partidos de esquerda na Espanha, declarou na terça-feira (11) que o atual sistema eleitoral vigente na Espanha ''despreza'' os votos dados à coalizão, enquanto ''favorece'' aqueles dados aos partidos vitoriosos na última

O membro da Esquerda Unida no parlamento da Andaluzia, Antonio Romero, afirmou ontem ao jornal La República que os resultados eleitorais revelaram como o sistema eleitoral despreza os votos dados a sua formação política enquanto incha os que foram obtidos pelo Partido Popular (PP) e Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).



''O resultado perverso da Lei de D'Hondt e a distribuição de vagas por circunscrições provinciais está amordaçando os votos dos milhares de eleitores da IU, que vêm como outras forças políticas conseguem com o mesmo número de votos até cinco vezes mais deputados'', explica.



Detalhando sua afirmação, Romero demonstra que na Andaluzia o PSOE precisou de apenas 38.663 votos para eleger um deputado, enquanto o PP precisou de 36.637. No entanto, a Esquerda Unida teve de somar um total de 52.561 votos para eleger um representante para a câmara andaluza.



Essa mesma desproporcionalidade foi registrada nas eleições para o Congresso dos Deputados, nas quais o PSOE precisou de somente 65.470 votos para obter uma vaga, enquanto o PP necessitou de 65.470. Outros partidos oscilaram entre 66 mil e 70 mil votos para eleger deputados, enquanto a Esquerda Unida teve de somar ''a astronômica cifra de 481.520 votos para obter apenas uma vaga no parlamento''.



''Não é preciso ser um Einstein para perceber que este sistema é tudo, menos democrático, e que já não dá o mesmo valor ao voto de todos os cidadãos'', denuncia. ''Com uma lei justa e proporcional, na qual todos os votos tenham o mesmo peso, o PSOE teria perdido claramente a maioria na Andaluzia e a Esquerda Unida teria multiplicado seus candidatos'', explica.



Romero afirmou que solicitará à direção nacional da IU que promova uma mobilização popular, reclamando ao governo central a elaboração de uma nova lei eleitoral.


 


Nas últimas eleições, em 9 de março, a Esquerda Unida obteve 963.040 votos e 2 vagas no Congresso de Deputados (481.520 votos cada deputado). Por outro lado, a Convergência e União (CiU), partido catalão, com 774.317 votos obteve 11 deputados (70.392 votos para cada vaga). O PSOE chegou a 11.064.524 de votos e elegeu 169 deputados (65.474 votos para cada um) e o PP con 10.169.973 votos elegeu 153 representantes no Congresso (66.470 votos por vaga).