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PT define diretrizes para política de alianças nesta segunda

O Diretório Naconal do PT está reunido nesta segunda-feira (24), em Brasília, para definir as diretrizes gerais da política de alianças relativa às eleições municipais deste ano.

Um dos assuntos que devem centralizar o debate é a tentativa de se construir uma aliança entre PT, PSB e PSDB para a disputa eleitoral em Belo Horizonte. Os integrantes do diretório ainda não têm uma posição de consenso.



O deputado estadual Raul Pont (PT-RS) disse que o PT não deve permitir alianças com o PSDB e DEM nas grandes cidades e capitais, uma vez que os dois partidos são os ''principais porta-vozes da oposição''. ''Defendemos que não tem que ter coalização. Isso já era dito na resolução anterior [do Diretório Nacional]'', afirmou.



De acordo com Pont, as alianças deverão ser analisadas individualmente. ''Tem que ver o que significa essa candidatura [de Belo Horizonte]. Se não se passa de uma candidatura laranja. Se tem a ver com 2010 é evidente que tem de ser vetada'', afirmou.



Para o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), a análise sobre a aliança em Belo Horizonte deveria ser feita pelo PT de Minas. Ele lembrou que em outros Estados, com Acre e Bahia, também poderão ser feitas alianças entre o PT e partidos de oposição. ''Defendo que a análise seja feita caso a caso e que não se feche as portas. Há divergências entre PT e PSDB, mas há também com partidos que compõem a base aliada'', afirmou Dias.



O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que não poderão ser aceitas alianças que enfraqueça o PT nas eleições presidenciais de 2010. ''As [alianças nas] eleições municipais são exceções e acho que pode se admitir exceções. Mas não podemos admitir exceções que descaracterizem uma relação de acúmulo de forças para 2010'', afirmou.



''Em muitas cidades existem alianças com o PSDB e o DEM que são realmente municipais e não têm a pretensão de se nacionalizar'', defendeu o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, líder da corrente Articulação de Esquerda. Para Pomar, o PT deve aprovar um texto exclusivo condenando a possibilidade de aliança com os tucanos em Belo Horizonte.


 


Já o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), afirmou que a aproximação do PT com o PSDB, adversários no cenário nacional, não é nenhuma novidade em seu estado e poderia ocorrer também em outros locais. “O PSDB não é meu adversário (na Bahia) e faz parte da base do meu governo. O meu adversário é o DEM”, disse Wagner, após participar de palestra em São Paulo para empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).


 


“Por isso, se em Minas houver a possibilidade e o PT e PSDB concordarem (com a aliança para as eleições municipais deste ano), eu sinceramente não vejo isso como um sobressalto.”


 


Wagner afirmou que já tentou em eleições anteriores, como as de 1994 e de 1998, aproximar as duas legendas, mas não obteve êxito. “Eu já fiz esforços para um possível encontro PT e PSDB, mas a história (das eleições presidenciais) nos colocou um contra o outro”, disse.


 


Apesar da crença de que os dois partidos possuem afinidades, o governador não acredita num eventual acordo entre as duas legendas para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


 


“Em 2010 eu não vejo essa possibilidade porque quem governa quer fazer o sucessor e o PSDB quer uma candidatura de oposição.” No seu entender, o que pode ocorrer são alianças em algumas localidades – entre PT e PSDB – em razão das necessidades locais.


 



Da redação,
com agências