Coro de omissão para a Cidade da Música
A CPI da Cidade da Música mal começou, mas já cheira a pizza feita em chapa-branca. Na primeira visita da comissão ao canteiro de obras na Barra, os vereadores Carlo Caiado e Paulo Cerri (DEM), como num coro ensaiado, elogiaram a construção e, antes
Publicado 26/03/2008 20:13 | Editado 04/03/2020 17:05
Os dois, ambos do partido de Cesar Maia, parecem esquecidos de que o empreendimento já custou mais de R$ 460 milhões ao município, quando se previa R$ 80 milhões.
“O meu temor está se confirmando com a prefeitura controlando os rumos da investigação por meio dos vereadores governistas. Eles têm a maioria, três entre cinco membros da comissão, e por conseqüência a presidência da CPI. Apesar disso, vamos continuar lutando para que este caso não vire uma pizza gigante com a conta sendo paga pelos cariocas”, alerta o autor da CPI, vereador Roberto Monteiro (PCdoB).
Na próxima sexta (28/03), irão depor: o secretário municipal das Culturas, Ricardo Macieira, além do representante do escritório do arquiteto francês, Christian de Portzamparc, que elaborou o projeto da Cidade Música Roberto Marinho.
“A análise dos documentos é essencial. A partir deles, poderemos questionar os depoentes e apurarmos a fundo os detalhes desta obra milionária. Qualquer conclusão, antes disso, é precipitada ou mal-intencionada”, criticou Roberto, avaliando que a cultura precisa de todo apoio governamental, mas que não pode ser usada para encobrir incompetência ou mau-uso de recursos públicos.
Como num samba de nota só e mesmo sem analisar qualquer documento, os vereadores governistas declararam à imprensa de que nada irregular será encontrado. “São quase R$ 500 milhões em cultura. Isso se justifica, pois estamos falando da Cidade do Rio de Janeiro e não de Rio Bonito, Pindamonhangaba, ou Porciúncula”, disparou o vereador Paulo Cerri, destilando desdém e preconceito com essas cidades.