EUA: esperança de Hillary se reduz a superdelegados
A pré-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, conta nas mãos o número de superdelegados que podem levá-la à disputa pelo cargo presidencial com o candidato republicano John McCain, em novembro próximo.
Publicado 26/03/2008 16:22
Segundo o analista político americano Chris Cillizza, os 69 dias que restam para encerrar a campanha primária e uma dezena de votações a ocorrer parecem insuficienten para descontar matematicamente os 131 delegados que Barack Obama leva de vantagem contra a ex-primeira dama.
Jim Vandehei e Mike Allen, do portal The Politico, adotaram um critério similar, considerando como único cenário possível para o triunfo de Hillary um suposto apoio devastador dos mais de 300 superdelegados que ainda estão por definirem a postura.
Ao se confirmar as análises, o protagonismo no final da disputa corresponderia a essa parcela dos 796 funcionários públicos ou figuras proeminentes do Partido Democrata, com direito a votar por um ou outro postulante, à margem do que aconteceu nas urnas.
Para o diário The Washington Post, os assessores da senadora por Nova York dão a impressão de agir em correspondência a essa situação.
“Os estrategistas de Hillary dirigem seus esforços para convencer os superdelegados das prossibilidades de triunfo da senadora em um hipotético duelo pela Casa Branca com John McCain, virtual indicado do Partido Republicano”, assinalou o jornal.
Entretanto, o chefe de comunicação da campanha, Howard Wolfson, insistiu nas opções reais de Hillary, caso a aspirante à candidatura vença com bastante folga as primárias de 22 de abril, na Pensilvânia, nas quais estarão em jogo 158 delegados.
“Hillary vencerá com folga na Pensilvânia e isso vai dar a ela um novo fôlego para as outras nove eleições”, prognosticou Wolfson.
Há poucos dias, a presidente da Câmara dos Representantes do Congresso, a democrata Nancy Pelosi, disse para os superdelegados que tomem posições em consonância com a vontade popular.
Cerca de 55% dos oposicionistas pesquisados pelo instituto de pesquisas Gallup também pediu que esse critéiro seja respeitado pelos superdelegados.
As estatísticas do site especializado Real Clear Politics apontam Obama com 1.628 delegados, enquanto a ex-primeira dama tem o apoio de 1.497, dos 2.025 necessários para vencer a disputa pelo cargo de candidato do partido na Convenção Nacional Democrata marcada para o fim de agosto em Denver, no Estado do Colorado.1
A maioria dos especialistas aponta que os 556 delegados que restam por escolher serão divididos de forma quase igual entre os dois postulantes, nas dez votações que se seguirão.
Obama venceria na Carolina do Norte, no Oregon, em Montana, na Dakota do Sul e em Guam, enquanto Hillary siairia vitoriosa na Pensilvânia, na Virgínia Ocidental, no Kentucky e em Puerto Rico, enquanto que o Estado de Indiana seria o único ainda em que as condições de vitória não são claras para um dos dois.