Movimentos sociais pedem apoio do BNDES para pequenos agricultores

Movimentos sociais, centrais sindicais e ambientalistas realizaram, no dia 26, ato público na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, em repúdio aos financiamentos da instituição ao agronegócio e contra a expansão de monoculturas no estado.

Os manifestantes integram a Rede Alerta Contra o Deserto Verde Fluminense e do Espírito Santo, que articula cerca de 21 movimentos sociais do campo. Participaram do ato o membro da Rede Alerta e secretário de Meio Ambiente do PCdoB/RJ, Sérgio Ricardo, integrantes de movimentos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Entre eles, o MST, a Contag, a Fetag, o Movimento dos Trabalhadores de Minas Gerais, Movimento Pequenos Produtores, Comissão Quilombola (ES), Conselho dos Caciques Tupi-Guarani e MTL.



No início do ato, houve confronto entre a Polícia Militar e manifestantes. Um membro do MST foi preso. A PM queria a retirada de dois fogões que seriam usados para servir refeições aos presentes. Cerca de 600 pessoas participaram do protesto.



Uma comissão formada pelos movimentos sociais foi recebida por três diretores do BNDES: da área social, administração e o chefe de gabinete do Banco. Um dos questionamentos era o pedido de financiamento de R$ 1 bilhão feito pela Aracruz para se instalar no Rio de Janeiro. Porém, os diretores do BNDES disseram que tal pedido não chegou ao Conselho Financeiro.



Uma das vitórias da manifestação foi o compromisso do Banco em criar uma ''cláusula ambiental'', que proibiria financiamentos às empresas que degradassem o meio ambiente. A outra foi a criação de um grupo para debater os investimentos na agricultura familiar. A primeira reunião foi marcada para o dia 4 de abril.



O ato também contou com o apoio da dirigente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sônia Latgé, do secretário do Trabalho Rural do PCdoB/RJ, Djalma Oliveira, e da Helena Piragibe, da UBM/Carioca.