Ato pelo Passe Livre reúne 20 mil estudantes

O movimento estudantil conseguiu reunir mais de 20 mil alunos do ensino médio e superior no ato de mobilização pelo Passe Livre Já. Durante a passeata, os estudantes pediram a aprovação de um projeto de Lei

Apenas três cidades brasileiras garantem o acesso gratuito dos alunos no transporte coletivo de massa, entre elas o Rio de Janeiro. De acordo com o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes, Anderson Bahia, a expectativa é que Manaus possa ser a quarta cidade, aprovando a nova lei até o final do ano.


 


 



Para garantir a tramitação, os estudantes entregaram uma cópia da proposta aos vereadores Marcelo Ramos e Lúcia Antony, ambos do Partido Comunista do Brasil. Marcelo foi o primeiro a apresentar uma emenda à Lei Orgânica do Município de Manaus (Loman) com uma proposta para o Passe Livre, em fevereiro de 2007.


 


 



Em junho, ao assumir a diretoria do Instituto Municipal de Transportes Urbanos, órgão que cuida da gestão do sistema, o vereador instituiu uma comissão para debater o tema. A comissão foi esvaziada, mas a proposta pôde ser melhor avaliada pela classe estudantil.


 



         
“Agora nós poderemos retomar o debate sobre o tema. O que se quer é uma proposta que não seja restritiva, mas que também seja responsável, levando em conta que não se pode onerar o trabalhador, mas também considerando a situação dos estudantes que deixam de ir para a escola porque não têm como pagar a passagem de ônibus”, afirmou Marcelo.


 



           
O debate sobre o Passe Livre tomou um rumo diferente no final do ano passado, quando a Câmara Municipal passou a discutir a restrição da meia-passagem. Nesse tempo, a articulação da vereadora Lúcia Antony, que participou da luta pela meia na década de oitenta, foi decisiva. “O projeto de restrição foi retirado da pauta da Câmara manauara e agora o que ficará em foco é a ampliação do debate sobre o Passe Livre”, disse Antony.


 



           
Para as lideranças estudantis, a participação dos estudantes é um reflexo do desejo da categoria de conquistar o direito à gratuidade. “A proposta que entregamos é viável e muito mais democrática porque dá opção ao estudante. Alguns precisam de mais do que 60 viagens, pois têm atividades extra-curriculares como os universitários”, disse Anderson Bahia, da UNE.


 



           
Para o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Yann Evanovick, este é mais um passo para garantir a gratuidade. “Mobilizados poderemos ter força para aprovar este projeto. Claro que vontade política também é essencial, mas acreditamos que está é uma proposta viável”, afirma.


 



           
 Além das UNE e UMES, participaram da mobilização representantes da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), União da Juventude Socialista (UJS), Juventude do Partido Socialista Brasileiro (UJSB) e a Juventude do PDT. Os representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) ficaram divididos durante a passeata. Um grupo de menos de dez petistas aproveitou para fazer oposição à atual administração municipal e foi isolado pelos estudantes e pela Polícia Militar do Amazonas. Houve um princípio de conflito que quase resultou na prisão de um manifestante.
 


 


De Manaus


 


Théa Morel