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Fórum Mundial de Educação abre com passeata cultural

Uma passeata reuniu cerca de 5 mil pessoas e marcou a abertura do Fórum Mundial de Educação, que começou nesta quinta-feira (27) em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e termina no próximo domingo (30). Os manifestantes pedem a valorização da diversidade cul

Os integrantes do afoxé Maxambomba – que representaram a cultura africana – participaram da passeata vestidos com abadás e ornamentos típicos. Eles cantavam músicas de religiões de matriz africana e dançavam.


 


“Temos que saber de onde vieram nossas raízes. Na língua portuguesa, por exemplo, temos a influência de palavras do idioma banto, como a palavra mulata, bunda e também instrumentos musicais como o agogô”, disse Arelene Katendê, à frente do grupo.


 


Na sexta (28), o afoxé participará de debates sobre a lei que obriga o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas e sobre as dificuldades na aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que tramita há mais de dois anos no Congresso Nacional.


 


Para mostrar como a cultura pode ajudar na educação, um grupo que faz manobras circenses e coreografias de dança viajou de Limeira (SP) a Nova Iguaçu (RJ). A coordenadora Daniella Zacariotta conta que um dos objetivos do projeto é estimular a participação dos adolescentes na comunidade por meio da arte.


 


De acordo com a organização do Fórum, assim como o grupo de Limeira, 120 pontos de cultura vão mostrar experiências que também promovam a educação. Financiados pelo Ministério da Cultura, os pontos têm a meta de articular e impulsionar ações que já existem nas comunidades.


 


Ainda na passeata de abertura do evento, os manifestantes protestaram contra a violência nas escolas. Estudantes vestiram capuzes pretos e entregaram ao público rosas vermelhas. A idéia era  propor uma reflexão sobre a questão da violência, o que inclui rever o “estereótipo da cidade”.


 


“Sabemos dos problemas com a violência em Nova Iguaçu, mas queremos discutir o assunto e resolvê-lo. Mostrar que temos outras coisas mais importantes na cidade, como os moradores”, disse o coordenador Rômulo Sales ao lembrar a chacina que terminou com a morte de 29 pessoas, em 2005.


 


Essa é a segunda vez que o Fórum de Educação é realizado na cidade. De acordo com a coordenadora do evento, Maria Antonia Goullart, o aumento da participação de outros municípios da Baixada, a prática de educação ambiental e a presença de jovens irão marcar essa edição.


 


“Percebemos que a discussão sobre as formas de aproximação entre a escola e outros atores sociais, outros espaços sociais, outras oportunidades educativas é o que deve dar o tom nesse fórum”, defendeu.