Edmilson ressalta importância da Indústria Naval e propõe criação de Frente Parlamentar

Em discurso no dia 27 na Câmara Federal, o deputado Edmilson Valentim (PCdoB/RJ) ressaltou a importância estratégica e econômica da Indústria Naval para o país. Edmilson aproveitou a oportunidade para propor a instalação da “Frente Parlamentar em Defes

Durante seu discurso, o deputado abordou os principais segmentos da indústria marítima, que envolve principalmente a Marinha Mercante (Longo curso, cabotagem e interior), a Indústria de Defesa Naval, a Indústria da Pesca, do Apoio Marítimo e Portuário e, ainda, a Indústria Náutica de Lazer.
    

Ele afirmou que o transporte marítimo é vital para o desenvolvimento e soberania do País, visto que a capacidade de produzir navios e ter frota própria é considerada, internacionalmente, uma necessidade estratégica, principalmente se levar em conta a posição geográfica brasileira. “A indústria brasileira de construção de grandes navios já foi a segunda maior do mundo, gerando mais de 40 mil empregos e exportando para a Inglaterra, França, Alemanha, Grécia e Estados Unidos. O soerguimento dessa indústria significa o reingresso do Brasil nesse mercado mundial, que movimenta a cada ano algo em torno de US$ 70 bilhões”, disse.
    

De acordo com Edmilson, apesar de nos últimos anos o setor naval brasileiro ter recebido um aporte financeiro importante com a construção de embarcações para transporte de petróleo e derivados e com a previsão para os próximos anos da construção de mais de 50 navios, mesmo assim o país ainda terá uma frota de cabotagem (transporte de mercadorias ao longo da costa brasileira) bem inferior à necessária.
    

Segundo dados da Transpetro, o transporte marítimo tem um grande peso no comércio internacional, respondendo por cerca de 80% das transações entre os países. No Brasil, esse percentual é ainda maior, 95% de nosso comércio com outros países é feito por mar – o que justifica maior investimento no setor.
   

Além do quê, o transporte marítimo serve também como uma excelente alternativa ao transporte rodoviário, caracterizado por estradas deficientes, freqüentes roubos de carga, pedágio caro, maior gasto de combustível e mais poluição ambiental.



Afretamentos



Segundo Edmilson, os gastos com afretamentos (aluguel de navios para transporte de mercadores e petróleo) vêm crescendo a cada ano no Brasil, e não há dúvida de que estes custos afetam diretamente nossa competitividade econômica. Em 2006, foram US$ 2,3 bilhões, alta de 27,7% em relação a 2005, quando o total foi de US$ 1,8 bilhão.
    

Reconhecendo isso, o governo federal vem investindo na reestruturação do setor naval, liberando recursos do Fundo da Marinha Mercante para o financiamento de novas embarcações. Somente a Transpetro já encomendou a construção de 23 embarcações para transporte de petróleo e derivados.
     
Para Edmilson, ainda são muitos os gargalos deste setor. “Para podermos competir internacionalmente, é preciso criar condições de modernização, automatização, aumento da capacidade de içamento e transporte horizontal dos estaleiros de construção. Precisamos criar mecanismos para que a indústria de reparos se modernize, para que os reparos não tenham que ser realizados no exterior, encarecendo os serviços. É preciso retornar novamente ao problema das garantias, pois a inexistência deste mecanismo tem levado à desnacionalização dos estaleiros e armadores. Existe também uma falta crônica de engenheiros e metalúrgicos, problema que o setor vem se debruçando no PROMINP (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), em conjunto com o governo, mas que ainda necessitam de mais ações para se conseguir uma solução sistêmica”, declarou.
    

Esses e outros problemas serão o foco da Frente Parlamentar a ser criada. “Estamos no início do processo de retomada deste setor, indispensável para o nosso crescimento econômico. Porém, este novo ciclo de esforços é muito recente e nosso compromisso é criar mecanismos de enraizamento para que o desenvolvimento seja permanente”, finalizou o deputado.