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Pena de morte de Mumia Abu-Jamal é anulada

Uma corte de apelações americana de âmbito federal anulou nesta quinta-feira (27), a condenação à morte de Mumia Abu-Jamal, figura emblemática da luta internacional contra a pena de morte. Apesar disso, a corte não revisou a acusação de culpa de Abu-Ja

O tribunal indicou que o Estado da Pensilvânia deve substituir a pena de Abu Jamal por prisão perpétua ou fazer uma nova audiência em um prazo de 180 dias para que uma Corte inferior decida se converte a pena de morte em prisão perpétua.



Abu-Jamal, que se destacou como militante do movimento Black Panthers (Panteras Negras), é um dos prisioneiros políticos mais famosos do mundo, por ser um lutador contra a injustiça e o racismo.



O réu, que antes usava seu nome de batismo, Wesley Cook, e era um respeitado locutor de rádio na Filadélfia (Pensilvânia), foi acusado pela polícia de matar o policial Daniel Faulkner, na madrugada de 9 de dezembro de 1981, depois de o agente deter e surrar o irmão de Abu-Jamal por uma suposta infração de trânsito.



O principal advogado de Abu-Jamal, Robert R. Bryan, disse-se satisfeito com a anulação da pena de morte, mas sublinhou que o seu cliente sempre se disse inocente do homicídio do polícia pelo que quer voltar a ser julgado.



“Nunca vi um caso tão marcado por racismo como este. Quero um novo julgamento e quero-o em liberdade”, disse o advogado.



Mumia sempre afirmou que era inocente, e seus advogados provaram ao longo dos anos que, no julgamento original, os promotores usaram testemunhas suspeitas e excluíram de forma arbitrária os negros que eram membros.