Tibetanos estão entre vítimas de fúria separatista em Lhasa
Membros da etnia tibetana e suas propriedades também foram vítimas dos distúrbios separatistas ocorridos em Lhasa em 14 de março passado, revelou nesta sexta-feira (28) o vice presidente do governo autônomo da região.
Publicado 28/03/2008 20:21
Segundo Baema Chilain, vice-presidente da Região Autônoma do Tibete, a falsa idéia de que somente residentes da etnia Han, a maioritária da China, foram alvo da violência “não corresponde à realidade e mina a unidade ética na área”.
Dos 18 civis reportados como mortos, três eram tibetanos. Além disso, estabelecimentos comerciais e lojas de propriedade de tibetanos e de membros da etnia Hui foram queimados ou saqueados pelos participantes nos distúrbios, explicou o dirigente local ao diário China Daily.
No Tibete, uma região de 1,280 milhão de quilômetros quadrados, vivem apenas 2,610 milhões de pessoas, 90% das quais de etnia tibetana, mas também existem membros de outros 20 grupos étnicos que habitam a China.
Baema Chilain explicou a um grupo de jornalistas estrangeiros que estão em visita a Lhasa que o governo está obrigado a proteger por igual todas as etnias.
Até o momento a polícia deteve em Lhasa 414 supostos participantes da baderna de 14 de março. Alguns dos detidos afirmaram que foram obrigados a participar dos saques e incêndios, enquanto outros disseram que não sabiam qual era o motivo da baderna nas ruas de Lhasa.
O vice-presidente regional afirmou que há tibetanos, tanto monges como pessoas laicas, entre os detidos além de várias pessoas da etnia Han.
“Das 289 pessoas que se apresentaram voluntariamente às autoridades após a convocatória do governo, 111 já foram libertadas pela justiça e pelas forças de segurança”, informou.
A polícia emitiu ordens de prisão contra 53 pessoas, consideradas as mais procuradas por seu papel nos atos de violência e os grandes incêndios perpetrados contra hospitais, escolas, edifícios públicos e prédios comerciais.
Dessas 53, seis se entregaram voluntariamente e outras quatro foram localizadas e presas pelas forças de segurança.
Até o momento o conjunto de perdas econômicas causadas pela violência separatista já chegou a US$ 35 milhões.