Uma data que merece ser esquecida
No dia 31 de março de 1964, uma pequena tropa de miltares do exército brasileiro, comandada pelo Gal. Mourão Filho, deixou o quartel em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais e desceu a serra com destino ao Rio de Janeiro. Foi uma atitude que, segundo se
Publicado 01/04/2008 15:59 | Editado 04/03/2020 17:19
Segundo alguns historiadores, parcela significativa dos militares não julgava oportuno a época para a deflagração de um golpe militar. Mas assim não pensava uma parcela que fazia articulações nesse sentido, contando com o apoio dos Governadores de Minas, S.Paulo e Rio de Janeiro.
E no dia 1º de abril foi decretado o Golpe que derrubou o presidente João Goulart. A data foi divulgada como sendo 31 de março, para não ser ridicularizada. Mas os atos dos golpitas entraram para a história pela sequência de violência contra os que lutavam por uma sociedade diferente. Muitos deles seguiam a orientação dos comunistas em vários segmentos, como os sindicatos e as entidades estudantis, como a Une. Além de muitos movimentos populares, que foram duramente reprimidos.
Muita repressão, muita tortura, muitas mortes e desaparecimentos de figuras ligadas aos movimentos de esquerda. Como tentativa de resistência foram desencadeadas também várias atividades entre esses movimentos. Mas faltou uma questão essencial: a unidade na luta contra o regime opressor.
A ditadura durou 20 anos. E terminou com a eleição indireta do Presidente Tancredo Neves, que não assumiu o posto, pois veio a falecer logo após ser eleito. O cargo foi entregue a José Sarney, seu vice-presidente.
Muitos fatos ocorreram desde então. Entre eles, a legalização do Partido Comunista do Brasil. O PCdoB assumiu seu papel no sistema institucional. E desde então, elegeu um grande número de parlamentares e prefeitos. A data, o 31 de março ou 1º de abril, fica marcada na história brasileira como uma fase que não deve voltar. Mas é preciso, por outro lado, que os segmentos que tem uma visão de Socialismo tenham posições claras na busca da unidade necessária para alcançar os objetivos dos socialistas.
Não se pode aceitar os discursos, as críticas e as posições dogmáticas, como uma fuga à responsabilidade de cada revolucionário. Vivemos um momento importante para uma definição do papel do militante comprometido com a luta pela sociedade que defendemos. Esta tem de ser a reflexão que a data de hoje nos oferece como tema de debaates. Assim vamos avançar.
Uriel Villas Boas – CTB – Baixada Santista