Eletrobrás nega privatização de companhias energéticas
 

Sob pressão de parlamentares da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (CAINDR) e de sindicalistas, os representantes das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) anunciaram

A fusão das companhias energéticas no Norte foi tema de debate na audiência pública promovida nesta terça pela Comissão da Amazônia em parceria com a de Minas e Energia. Já em fase conclusiva a audiência teve que ser transferida para a próxima terça devido o vazamento de gás ocorrido no Anexo II da Câmara, onde estava localizado o plenário do evento.


 


 


Uma das autoras do requerimento que resultou na reunião, a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) gostou do que ouviu, mas pediu explicação do por que foi divulgado na imprensa que seria criado uma nova holding, com sede no Rio de Janeiro, que administraria seis companhias nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Alagoas e Piauí. “Isso é um absurdo. Nós da Comissão da Amazônia jamais vamos aceitar essa condição”, reagiu a deputada.


 


 


Em resposta, o diretor de planejamento das Centrais Elétricas do Norte (Eletronorte), Adhemar Palocci, explicou que a criação do holding e a privatização das companhias não passam de especulação, surgida por causa da falta de uma proposta concreta sobre o modelo de gestão ideal para resolver o problema das empresas deficitárias na região. Ele previu que um plano de restruturação será apresentado ainda até o final deste semestre.


 


 


O representante da Presidência da Eletrobrás, Zaidan Gama, diz que desde 1997 o sistema nacional já investiu nas companhias federalizadas R$ 22,5 bilhões. Mesmo assim, segundo ele, o desempenho econômico das distribuidoras acumulam prejuízo de R$ 6,3 bilhões.
Também “há dependência crônica” de recursos da Eletrobrás para garantir a prestação de serviço e o desempenho das companhias impactam negativamente a Eletrobrás em R$ 1 bilhão por ano. Para resolver o problema, Zaidan Gama disse que não está em jogo a privatização, mas um plano de restruturação das distribuidoras federalizadas.


 


 


A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), outra requerente, ironizou a negativa dos representantes da Eletrobrás: “Diz o ditado popular onde há fogo há fumaça”. Em seguida, a parlamentar disse que a comissão irá acompanhar cada passo do processo para que o setor elétrico da região não seja prejudicado. “Não vamos aceitar que as decisões sobre a Amazônia partam do Rio de Janeiro”, completou.


 


 


Para o diretor da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Franklin Moreira Gonçalves, a questão da privatização não estará resolvida enquanto empresas como a Ceam e Manaus Energia continuarem na lista do Programa Nacional de Desestatização (PND). “Um projeto de lei que tramita no Senado retira todas as companhias energéticas federalizadas dessa lista, precisamos aprová-lo para ter a segurança de que no futuro não haverá privatização”, defendeu.


 


 



 
Gabinete da deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB)



Assessoria de Imprensa