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Filme sobre a Venezuela pré-referendo não vai ao ar

Mais de seis meses depois de sua realização — e mesmo com os direitos de transmissão adquiridos pelo canal RAI 1 da Itália —, o documentário A Ameaça ainda não foi ao ar. Realizado pela jornalista Silvia Luzi e pelo diretor Luca Bellino, o longa-

No trajeto, as imagens captavam um país dividido — suspenso entre a excitação de uma revolução em curso e o medo de um escorregão totalitário. Em 2008, a produção foi candidata ao prêmio de melhor documentário de longa-metragem da Academia Italiana de Cinema — mas ainda espera por uma chance.


 


“O filme é uma tentativa de restituir uma leitura não-ideológica da Venezuela no momento da consolidação da revolução bolivariana”, dizem os realizadores, quatro meses depois do referendo em que os venezuelanos rejeitaram a reforma constitucional no país.


 


Eles acompanham o carismático presidente Hugo Chávez rumo à reserva petrolífera de Orinoco, a mais vasta do mundo, em uma viagem de contrastes. Chávez canta Domenico Modugno, voa sob os campos de petróleo com seu helicóptero militar, conduz seu programa Alô, Presidente ao vivo por oito horas e ainda mostra os aviões comprados da Rússia em uma base secreta venezuelana.


 


Mas o grupo também abandona o lado oficial do país para adentrar no cotidiano de uma sociedade complexa, de zonas pobres onde a vida “não vale nada”, de clubes exclusivos com vistas para as favelas, as calçadas do consulado italiano onde os velhos imigrantes esperam na fila pelo passaporte.


 


“O nosso percurso é dividido em dois momentos: a inicial fascinação por uma revolução tão esperada quanto contraditória e, depois, a tomada de consciência no sentido de que não há mais espaço, talvez, para a ideologia a serviço da política”, concluem.