Lula refuta “chantagem política” da oposição contra Dilma
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acusada pela mídia e pela oposição de montar um suposto dossiê com acusações contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao sair de um almoço diplomátic
Publicado 02/04/2008 16:25
“Eu acho que a pessoa que tem a história da Dilma, que presta um serviço ao país, que a Dilma presta, não pode ser vítima de uma chantagem política de uma figura que não sei quem é e que montou peças de um documento de uma base de dados e vendeu a idéia para alguém de que era um dossiê”, afirmou o presidente após o almoço oferecido ao presidente da Eslovênia, Danilo Turk.
“Um osso de galinha”
O presidente foi enfático na defesa da ministra que apelidou de Mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Não posso em algum momento ter um milésimo de suspeita contra a ministra Dilma, porque conheço a história dela e sei o serviço quer ela presta ao país”.
O presidente disse que a impressão que tem do episódio é que “alguém encontrou um osso de galinha e tentou vender para a imprensa que tinha encontrado uma ossada de dinossauro. Na hora que foi montar para saber o tamanho do dinossauro percebeu que era um franguinho”.
Para o presidente, está se tentando criar uma situação constrangedora. “Mas o que se encontrou foi um osso de galinha”. Lula disse lamentar a divulgação de um suposto dossiê com gastos do ex-presidente e de sua mulher, Ruth Cardoso, mas afirmou que não quer “acusar ninguém”. Segundo ele, esta “não é primeira, a segunda, nem será a ultima vez que alguém tenta roubar documentos”. “Não é justo que se faça isso com ela”, disse o presidente, referindo-se novamente à ministra.
Os motivos da ofensiva anti-Dilma
O presidente disse que deu a seus colaboradores a orientação de “não parar de trabalhar”. Anunciou que Dilma vai continuar viajando pelo país para divulgar o PAC. “E a CPI que apure”, concluiu, referindo-se à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Cartões Corporativos.
Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmou que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, apresentada como braço-direito de Dilma, teria pedido a produção do documento. O tema havia surgido na edição da Veja no fim de semana anterior: a revista publicou trechos do suposto dossiê mas se recusa a revelar como eles chegaram à sua redação. O governo nega o dossiê e diz que está produzindo um banco de dados com informações tanto sobre o governo passado quanto sobre o atual.
Analistas da política brasileira concordam sobre os motivos da ofensiva midiático-oposicionista em torno do suposto dossiê: a projeção do nome de Dilma, com explícito encorajamento do presidente, vista como possível preparação de sua candidatura presidencial pelo PT em 2010. Em um contra-movimento, o bloco contrário ao governo Lula imediatamente voltou contra a ministra o grosso da sua artilharia.
Da redação, com agências