Oposição almoça para debater derrotas na CPI dos Cartões
Onze pesos-pesados dos dois partidos-núcleo da oposição, PSDB e DEM, almoçaram nesta quarta-feira na casa da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). O objetivo foi encontrar uma tática conjunta diante das derrotas que têm sofrido na CPI dos Cartões Corporativo
Publicado 02/04/2008 18:20
Antes do almoço com Mariza Serrano, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), era um defensor da CPI no Senado. “As decisões vão ser tomadas pelos dois partidos conjuntamente. Estamos acompanhando na CPI das ONGs [organizações não-governamentais] e dos Cartões Corporativos a iniciativa do governo de tratorar tudo. Por que não apresentar o pedido de instalação da CPI do Senado?”, questionou.
“Uma luta inóspita”
Esta opinião era contestada, às vezes com ênfase, por outros expoentes oposicionistas. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) considerou uma “temeridade” a instalação de outra CPI no Senado porque argumenta que a oposição também seria minoria. “Não há diferença de correlação de forças na nova CPI, já que a base aliada tem maioria para indicar os integrantes da comissão. Temos dissidências de aliados no plenário do Senado, mas os dissidentes certamente não serão indicados para compor a CPI”, avaliou.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), concorda com Dias. Ele defendeu nesta quarta-feira que a oposição continue na CPI mista dos Cartões para que as investigações avancem mesmo sem as informações sigilosas. “Eu acho que a gente não deve abandonar a trincheira. Se você tem uma luta inóspita, sua obrigação é ficar de pé”, defendeu.
Na reunião na casa de Marisa Serrano, a oposição terminou recuando, mais uma vez, da idéia da CPI no Senado. Prevaleceu a visão de que ela apenas duplicaria as derrotas oposicionistas.
Tempos difíceis para tucanos e DEM
Além de definir estratégias de ação da CPI mista dos Cartões, os partidos de oposição também vão traçar detalhes da ofensiva que será montada no Congresso Nacional contra a “blindagem” dos governistas. DEM e PSDB prometem recorrer ao TCU (Tribunal de Contas da União) para terem acesso aos dados sigilosos da CPI, além de pedirem investigações à Procuradoria Geral da República sobre a ministra Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Além disso, decidiram encaminhar os requerimentos convocando autoridades para depor na CPI, mesmo sabendo que serão derrotados.
Segundo observadores, o estado de ânimo da oposição contrasta com a imagem que a mídia, simpática a ela, procura transmitir. Além de minoritárias, tanto na CPI dos Cartões como na das ONGs, as legendas oposicionistas se deparam com a elevada popularidade do governo Lula, confirmada pela pesquisa Datafolha desta semana, as boas notícias na área econômica e as melhorias no padrão de vida das camadas populares. As divergências sobre a tática a adotar têm a ver com esse pano de fundo, observam analistas da cena em Brasília.
Da redação, com agências