CPI dos Cartões: base aliada freia a oposição
Dois a zero para a base aliada. Na queda de braço com a oposição na CPI dos Cartões, a bancada governista conseguiu, mais uma vez, rejeitar todos os requerimentos apresentados pela oposição de quebra de sigilo dos cartões corporativos da Presidência da
Publicado 03/04/2008 15:39
A base aliada votou em bloco contra as convocações da secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra; da chefe de gabinete da secretária executiva da Presidência, Maria de la Soledad Bajo Catrillo; e também do presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, para explicar o uso dos cartões. O único requerimento aprovado foi o de convocação do diretor do Banco do Brasil Cartões, Alexandre Correa Abreu.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), membro da CPI, explicou que a base governista vai continuar rejeitando todos os requerimentos de quebra de sigilo sem embasamento legal.
A oposição justificou o pedido de convocação das funcionárias da Casa Civil afirmando que elas são responsáveis pelos pagamentos das despesas da Presidência, mas a base aliada sabe que eles querem manter na pauta da CPI o debate sobre o banco de dados das despesas com cartões corporativos incluindo o período do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Carga contra Álvaro Dias
A bancada governista votou em peso contra as duas convocações, totalizando 13 votos contra 6 da oposição. E fez carga contra o senador Álvaro Dias, que admite ter tido acesso a itens do banco de dados da Casa Civil sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com cartões corporativos da Presidência da República, mas nega ser autor do vazamento das informações para a imprensa.
Os governistas pediram o afastamento do tucano da comissão. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), declarou que não retira Dias da CPI. E a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), tentou acalmar os ânimos anunciando que existiam 34 requerimentos pendentes para serem votados e caso isso não acontecesse a CPI poderia acabar.
''Ou votamos, ou não teremos mais oitivas (tomadas de depoimentos). Aí, vamos jogar a toalha, mesmo'', afirmou a senadora, em reação à base aliada, que se recusava a votar qualquer requerimento enquanto o senador Álvaro Dias se mantivesse como integrante da CPI.
Bate-boca
O senador Álvaro Dias usou a palavra diversas vezes para negar que tenha vazado informações sobre os gastos sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso. O senador tucano disse que quem precisa dar explicações é a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os governistas exigiam dele as explicações sobre o vazamento de dados.
O bate-boca entre governistas e oposição continuou durante boa parte da reunião. A maior parte dos parlamentares queixou-se de que a CPI mista ''perdeu o foco'', e estava fadado ao insucesso.
No final da reunião, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio recebeu 72 caixas com documentos solicitados pela CPI ao governo. Os documentos são referentes aos gastos com cartões corporativos dos funcionários do Ministério do Planejamento e do próprio ministro Paulo Bernardo.
De Brasília
Com agências