Divergências Rússia-Otan chegam em nível crítico

Estas e outras questões candentes das relações internacionais e do sistema de segurança regional motivam controvérsias entre a Rússia e, do outro lado, a Otan e também os Estados Unidos. O governo russo comparece à cúpula bilateral com o bloco do Atlântico, na sexta-feira, com um enérgico protesto contra o avanço geográfico da Otan na Eurásia, sobretudo pela via de uma crescente presença nas ex-repúblicas soviéticas.

Depois de conseguir com ajuda de Washington a colaboração da Armênia, considerada o mais próximo aliado de Moscou na Transcaucásia, a Otan se propõe a atrair para o seu seio a Ucrânia e a Geórgia.

Neste contexto, analistas avaliam como positivo para a Rússia o gesto do presidente do Cazaquistão, Nursultán Nazarbáev, que recusou-se a ser um dos 26 participantes da cúpula de Bucarest. Não é a primeira vez que o Cazaquistão ignora esses encontros, animados por posturas anti-Moscou. Ele tampouco assistiu à cúpula energética realizada no ano passado em Cracóvia (Polônia), visando isolar a Rússia enquanto exportadora de combustíveis.

A anunciada presença do presidente russo, Vladimir Putin, na reunião de sexta-feira provocou comentários de diversas tendências e variadas especulações na imprensa tanto russa como estrangeira. Alguns veículos de comunicação sustentam que Putin não terá a mesma oportunidade que teve em Munique, quando fez sérias advertências ao Ocidente quanto a questões-chave na área da segurança. Outros pensam que o presidente russo, em fim de mandato, evitará declarações fortes para não se mostrar agressivo.

Há concordância porém quanto a um ponto: Putin exercerá pressão para conter os planos de expansão da Otan rumo ao Leste, tendo em vista os interesses da Rússia.

* Fonte: http://www.prensa-latina.cu/