José Dirceu: “Senador tresloucado devia ser processado”
O ex-ministro José Dirceu publicou em seu blog, nesta quinta-feira (3), dois comentários sobre o embróglio político envolvendo o suposto dossiê divulgado pela imprensa com informações sobre gastos da presidência na gestão FHC. Dirceu critica jornalistas e
Publicado 03/04/2008 15:47
Senador tresloucado devia ser processado
Já falei hoje a respeito do dossiê apócrifo da Veja/Folha de S.Paulo – apócrifo porque quem o divulgou, o senador tucano Álvaro Dias (PR) não assume seu ato – mas quero insistir que todo esse comportamento ilegal da mídia e seu silêncio cúmplice ante barbaridades como essas, precisam ficar claro para o país.
Também não quero deixar de lembrar que há omissão – e também silêncio – do Ministério Público Federal (MPF) e do Judiciário, o que permitiu que no Brasil a violação do sigilo fiscal, patrimonial, bancário e telefônico tenha se transformado numa banalidade. Sem contar a verdadeira indústria do grampo e da chantagem (como a desse senador tucano) que já está organizada no pais, no mundo político e do crime.
Vejam, não existe legalmente no Brasil a figura ou instituto da “quebra” do sigilo, e sim a transferência do sigilo da autoridade competente para outra que tenha esse poder delegado pela legislação. Assim os parlamentares membros das CPIs tem acesso a informação sigilosa e o dever constitucional de preservá-la. Não podem vazá-la ou transferí-la para a mídia ou qualquer outra pessoa.
Acobertados pelo sigilo da fonte, jornalistas e donos de jornais e revistas violam diariamente essa norma constitucional numa prática que, insisto, é crime. Agora o senador tresloucado quer se esconder também no sigilo da fonte! Devia é ser processado por quebra do decoro parlamentar e conspiração para derrubar uma ministra de Estado.
Um comportamento ridiculo e histriônico
Não podia ser outro: tinha que ser o espalhafatoso do Álvaro Dias (PSDB-PR), um senador sem causa a não ser a prática da retórica moralista/udenista tucana, que vazou de forma criminosa o chamado “dossiê” para a revista Veja. Foi ele e é crime sim, o que ele cometeu – violar o sigilo de informações protegidas legalmente.
Bastou uma semana da publicação pela revista e já sabemos que o dossiê apócrifo não passa de uma armação tucana. Aliás, mais do que uma mutreta do PSDB, foi uma conspiração tucana, que visava a demissão da ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Roussef. E apócrifo, sim, porque na reportagem a revista não revelou quem lhe deu o material, e quem o passou, Álvaro Dias, não teve coragem de assumir.
Desta vez, tucanos, vocês não tiveram sucesso. Pelo contrário, estão nus perante a nação, já que não é crível nem razoável que a cúpula do tucanato na Câmara, no Senado e no partido, não soubesse o que acontecia. Foi tudo armação e pura chantagem como bem disse o Presidente Lula. Assim as responsabilidades não são apenas do senador histriônico e ridículo, Álvaro Dias, mas de toda a direção tucana, começando pelo líder no Senado, Arthur Virgílio (AM), pelo presidente nacional tucano, senador Sérgio Guerra (PE), além de líderes como o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que se finge de morto agora que a casa caiu.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se fazia de vítima, sabia? É bem provável que sim, o que dá uma idéia da hipocrisia, do cinismo e do atrevimento dos tucanos, só possível pelo apoio e cobertura que têm da mídia para suas estripulias e práticas ilegais. E o ex-presidente ainda “chorou” de público, considerou-se “vítima de uma maldade”! Talvez seja o único a ter uma vitória nessa história: com a cumplicidade da mídia, conseguiu que seus gastos luxuosos quando presidente – com caviar, bebidas finas e raras, etc – não fossem discutidos no país.
Fonte: Blog do Dirceu