Colunista do jornal O Tempo destaca Fórum Social 2009

O jornalista Luis Carlos Bernardes destacou, neste domingo, em sua coluna publicada no jornal O Tempo, a reunião preparatória do Fórum Social Mundial 2009, ocorrida em Abuja, na Nigéria. Ele entrevistou a cientista política Ana Maria Prestes, que estev

Fórum Social


 


Por Luis Carlos Bernardes


 


O Fórum Social Mundial volta, em janeiro de 2009 ao Brasil, realizando-se em Belém do Pará, quando terá como pautas importantes a questão amazônica, cobiçada mundialmente e o aquecimento da terra. A informação é da cientista política Ana Maria Prestes Rabelo, que voltou de Abuja, na Nigéria, onde aconteceu a reunião preparatória. Ana Maria, que é neta de Luiz Carlos Prestes, faz doutorado na UFMG sobre movimentos sociais no mundo globalizado e conta que participaram da reunião do comitê preparatório em Abuja mais de 100 pessoas de 60 movimentos sociais e ONGs de várias partes do mundo.


 


Aliás, impressionou os participantes do encontro o fato da Nigéria, rica em petróleo, ter imensa maioria de sua população sem acesso a serviços básicos como eletricidade, água e transporte público, enquanto figuras de terceiro e segundo escalões do governo local transitam em sofisticados carros importados. O país, segundo Ana Maria, vive uma espécie de governo militar, sob a direção de lideranças tribais e muita corrupção.


 


Entre as questões debatidas no encontro uma foi a discussão já antiga, se o Fórum Social é um espaço ou movimento, qual a relação entre partidos e governos, se ele esta mesmo mundializado, além da periodicidade e o formato do evento. Os participantes do encontro de Abuja discutiram, numa possível prévia do encontro de Belém, as mudanças ocorridas nos últimos anos, como a eminente crise americana, a multipolarizacao, com o protagonismo de China, Índia e Brasil, o avanço da criminalização do mundo islâmico, cenários geopolíticos da América Latina, a realidade dos movimentos sociais na região. Outra questão que cresce no Fórum Social Mundial é a necessidade que ele seja cada vez mais propositivo e com visibilidade de ações concretas, ampliando-se os debates sobre a inflexibilidade de sua carta de princípios.


 


Segundo Ana Maria, a proposta do comitê organizador é que o encontro de Belém construa alianças que fortaleçam as propostas de ação e formulação de alternativas. A idéia também é que seja um verdadeiro encontro pan-amazônico, com a presença de lideranças mundiais e também da região.Vão ocorrer encontros preparatórios entre Brasil, Colômbia e Peru, Brasil e Venezuela, dentre outros países. Em junho, acontece novo encontro preparatório, desta vez já em Belém.


 


 


Artigo publicado no Jornal O Tempo (13/04/2008)