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Milho mais caro deve aumentar demanda por etanol brasileiro

Os produtores brasileiros de etanol estão vendo uma “janela de oportunidade” para aumentar suas exportações, por causa da pressão sofrida pelos produtores norte-americanos de etanol com a elevação dos preços do milho, segundo afirma reportagem publicada n

O etanol brasileiro é fabricado a partir da cana-de-açúcar e sua produção é mais barata que a do etanol norte-americano, feito a partir do milho. Segundo o jornal, uma das razões para o possível aumento das exportações brasileiras de etanol é a safra recorde de cana-de-açúcar no Brasil, “facilmente ultrapassando as 500 milhões de toneladas, segundo analistas”.



“Este volume, e os estimados 20 bilhões de litros ou mais de etanol que serão produzidos a partir disso, empurrarão os preços do etanol brasileiro para baixo”, observa a reportagem.


 
Lucro



Segundo o jornal, os preços do álcool brasileiro no atacado estão em cerca de US$ 1,64 por galão, enquanto que o etanol americano é vendido por US$ 2,55 o galão. “Mesmo com uma tarifa de importação de 54 cents imposta sobre o etanol brasileiro, seu preço ficaria em US$ 2,18 o galão”, diz o texto.



Por outro lado, comenta o jornal, os altos preços do milho “significam que os produtores de etanol norte-americanos terão uma pequena margem de lucro ou nenhum lucro”. “Os preços do milho dispararam após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ter relatado uma queda de 8% no cultivo estimado de milho para esta safra”, diz a reportagem.



Bird apóia



O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, afirmou na última quinta-feira (10) que o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil traz mais benefícios do que outros biocombustíveis e defendeu a revisão dos subsídios que protegem a indústria de álcool nos Estados Unidos.



Numa entrevista à imprensa, em que discutiu o impacto do aumento da produção de combustíveis alternativos sobre a alta dos preços dos alimentos no mundo inteiro, o presidente do Bird afirmou que o etanol brasileiro tem os maiores benefícios em termos tanto do combustível como dos efeitos sobre o clima, se for comparado com outros tipos de biocombustível.



A manifestação de Zoellick reforça os argumentos que o governo e os usineiros brasileiros têm usado para defender a produção de álcool no Brasil contra as críticas que vêm sendo feitas por grupos ambientalistas e organizações não-governamentais.



Zoellick disse que os problemas criados pelos elevados preços dos alimentos deveriam fazer os países refletirem sobre a viabilidade econômica dos seus investimentos nessa área. Sem citar o nome do país, ele fez uma referência óbvia ao caso dos Estados Unidos ao dar exemplos de políticas que deveriam ser revistas. O governo americano gasta bilhões de dólares por ano para subsidiar a produção do etanol de milho e adota tarifas que encarecem a importação do álcool brasileiro. “Se [os países que produzem biocombustíveis] têm subsídios, deveriam considerar se os subsídios fazem sentido”, disse.



Da redação, com agências