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Oposição mantém estratégia para ouvir Dilma sobre dossiê

A oposição espera ouvir a ministra-chefe da Casa Civil,  Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (16), na Comissão de Infra-Estrutura (CI). O requerimento aprovado é para que a ministra fale sobre as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

A ministra confirmou a sua ida ao Senado, mas não marcou data. O presidente da Comissão, o senador tucano Marconi Perillo (GO), disse que espera receber a ministra Dilma Rousseff nesta quarta-feira, mas a Casa Civil não confirmou esta data. A ministra tem 30 dias para atender à convocação dos senadores.
 


A oposição demonstra que está empenhada no propósito de constranger, por todos os lados, a ministra Dilma Rousseff. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM) a apresentar um requerimento na Comissão de Meio Ambiente do Senado convocando a ministra Dilma Rousseff para esclarecer o dossiê com informações de gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a partir de dados da Casa Civil. A votação do requerimento está marcada para esta terça-feira (15).



Obras do PAC



A Casa Civil informou que, na audiência na Comissão de Assuntos Econômicos, a  Ministra falará apenas sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e sobre a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Foi para falar sobre esses dois assuntos que ela foi convocada.



A audiência promete ser uma réplica das mais tumultuadas reuniões de CPI. De um lado, a oposição vai manter a intenção original de questionar a ministra sobre o dossiê. As obras do PAC são apenas uma desculpa para trazê-la ao Senado, já que não conseguiram dobrar a bancada governista na CPI mista dos Cartões. Os senadores da base aliada prometem se articular para tentar impedir que a ministra fique acuada.



A ministra Dilma, que tem fama de durona, vai enfrentar políticos treinados em conflitos verbais. Ela contará com o auxílio de aliados também experientes, mas a oposição terá com o presidente da Comissão de Infra-Estrutura, Marconi Perilo (PSDB-GO), o poder de conceder e assegurar a palavra.



Mesmo sem data marcada para sua ida, a expectativa é de que Dilma compareça o mais rápido possível à Comissão. O governo já manifestou o desejo de encerrar logo o caso e retirar Dilma da cena política que, na próxima semana, viaja para o Japão. A idéia é concluir logo o inquérito da Polícia Federal sobre o vazamento, para que a ministra chegue com argumentos à Comissão de Infra-Estrutura.
 


Ainda como parte dos entendimentos com a oposição, o governo acena aprovar alguns requerimentos na reunião de amanhã da CPI mista dos cartões corporativos. Mas os oposicionistas só aceitam abrir mão da CPI exclusiva do Senado, como propõe a base aliada, se forem aprovados requerimentos de quebra de sigilos de pessoas chaves para o prosseguimento das investigações.



Avanços nas CPIs



Esta semana, a expectativa das investigações sobre os cartões corporativos é de que sejam votados os requerimentos na CPI mista e seja instalada a segunda CPI, exclusiva no Senado.


 
Nesta terça-feira (15), a CPI mista dos cartões se reúne para retomar a votação de mais de 100 pedidos de convocação de autoridades e de informação. Dentre eles, convites à ministra Dilma Rousseff; aos ex-ministros José Dirceu e Pedro Parente; ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Ubiratan Aguiar; e à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie.
 


Na CPI exclusiva do Senado, o tempo é de apresentação dos nomes que irão compor a comissão. A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), demonstra não ter pressa. Ela chegou a criticar o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), que apressou-se em indicar os nomes do partido para integrá-la.
 


Raupp indicou o líder governista Romero Jucá (RR), Gilvan Borges (AP) e ele próprio como titulares; e Wellington Salgado (MG), Leomar Quintanilha (TO) e Almeida Lima (SE) como suplentes. E avisou que indicará Jucá para presidir a comissão.
 


Se os líderes governistas retardarem as indicações, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), pode fazer as nomeações. Garibaldi já deu declarações afirmando que o destino da nova CPI não deverá ser diferente da CPI mista porque a correlação de forças é a mesma: também na nova CPI, o governo tem maioria.



De Brasília
Com agências