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Campo de petróleo já era de conhecimento público, diz ANP

A repercussão causada pelos comentários do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, a respeito do novo megacampo de petróleo descoberto pela Petrobras fez com que a ANP divulgasse um esclarecimento à imprensa na noite desta segunda-

Lima, durante seminário promovido pela Fundação Getúlio Vargas nesta segunda-feira, comentara sobre algumas peculiaridades do bloco BM-S-9. Os detalhes ganharam destaque na mídia nacional, e acabaram influenciando o sobre-e-desce da Bolsa de Valores, em especial as ações da Petrobras, que obtiveram valorização superior a 5% ao fim do dia.



Diante do alvoroço, a ANP mostrou que todas as informações a que Lima se referiu já haviam sido publicadas da edição de fevereiro da revista World Oil, em texto assinado pelo jornalista Arthur Berman. O esclarecimento também destaca o fato de as declarações proferidas durante o seminário da FGV serem de caráter oficioso.



Ação de especuladores



Nesta terça-feira, Haroldo Lima negou que tenha anunciado qualquer tipo de descoberta. Ele reiterou que o novo megacampo ainda precisa de maiores estudos por parte da ANP e atribuiu a imensa repercussão de sua fala no seminário à ação de especuladores.



''Não fiz anúncio de nada. Eu sou autoridade, não sou subordinado à Comissão de Valores Mobiliários [CVM, órgão que regula o mercado de capitais]. Sou membro do governo e estava falando para um público especializado'', disse.


 


Para Haroldo Lima, investidores usaram suas declarações para especular e ganhar dinheiro com a valorização das ações da Petrobras. '' Isso não é problema meu. É um problema da Bolsa de Valores.'', disse o presidente da ANP.


 


Lima afirmou ainda que não tem nada comprovado e que existem perspectivas de grandes descobertas, mas que deverão ser feitos novos testes.


 


Confira abaixo a íntegra do esclarecimento divulgado pela ANP nesta segunda-feira:


 


Em relação às declarações feitas hoje sobre o prospecto de ''Carioca'' pelo diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, no Seminário Petróleo e Gás, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, a assessoria de imprensa da ANP esclarece:



1. Os comentários feitos pelo diretor-geral da ANP foram de caráter oficioso, conforme publicado por vários meios de comunicação.



2. Todas as informações já eram de conhecimento público, tendo sido, inclusive, publicadas na edição de fevereiro da revista World Oil, na coluna What´s new in exploration, assinada por Arthur Berman.



3. No décimo-segundo parágrafo da matéria assinada por Berman, está escrito:''If reports about the potential size of the Carioca-Sugar Loaf structure prove correct at an estimated 33 billion bbl of oil (the mean of 25 and 40 billion bbl), and Tupi and Jupiter reserve estimates are accurate at 6.5 billion barrels each (the mean of 5 and 8 billion bbl), Carioca-Sugar Loaf would be the third-largest oil field in the world. It would  also be the larges'' field discovered in the latest 30 years, with Tupi-Jupiter being the 6th largest discovered in that time frame”.  Em português o trecho acima diz o seguinte: ''Se os relatórios sobre o potencial da estrutura Carioca-Pão de Açúcar confirmarem a estimativa de 33 bilhões de barris de petróleo (média entre 25 e 40 bilhões de barris), e as estimativas das reservas de Tupi e Júpiter estiverem corretas em 6,5 bilhões de barris cada (média entre 5 e 8 bilhões de barris), Carioca-Pão de Açúcar seria o terceiro maior campo de petróleo no mundo. Isto seria o maior campo descoberto nos últimos 30 anos, com Tupi-Júpiter sendo a sexta maior descoberta no mesmo período''.



4. Referências  sobre o potencial da região onde se encontram Tupi e Carioca já haviam sido divulgadas anteriormente na imprensa, como  em 8 de novembro de 2007, em nota divulgada pela Agência Estado às 18h30.



Da redação, com agências