Depoimentos rompem tática do silêncio na CPI do Detran

Os depoimentos de ontem na CPI do Detran fugiram da tática de silêncio que vinha sendo adotada pelos inquiridos em sessões anteriores. O ex-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) Luiz Carlos de Pellegrini declarou que o secretário-

Pellegrini relatou que esteve no parlamento por duas vezes no dia 9 de maio do ano passado. Afirmou que veio a Porto Alegre e participou de encontro no Legislativo com o então secretário executivo da Fatec, Silvestre Selhorst, e Ferdinando Fernandes, filho de José Fernandes e sócio da Pensant Consultores, empresa sistemista subcontratada pela Fatec. Conforme Pellegrini, os encontros ocorreram em uma sala da qual ele afirmou não recordar a localização. Já no encontro que aconteceu na parte da manhã, teria se juntado a eles Francisco Fraga, que, segundo Pellegrini, falou em nome do governo. 'A conversa comigo foi pequena. Senti que Fraga reclamava os direitos do rapaz. Nos deu a entender que era o Lair Ferst.'


 



Na segunda reunião, à tarde, segundo Pellegrini, somou-se ao grupo o ex-presidente do Detran Flávio Vaz Netto. Na época, estavam em acerto os detalhes para substituição da Fatec pela Fundae no contrato com o departamento. 'Fui zelar pela fundação. Perguntei a Vaz Netto como estavam as coisas com a Fatec. Ele disse que estava tudo OK.' Relatou ainda que um mês antes dos encontros na Assembléia assinou a rescisão do contrato do Detran com a Fatec. Também firmou acordo entre a Fundae e a Fatec.


 



O segundo depoente da noite, Francisco Fraga, afirmou que na data referida por Pellegrini estava em Brasília negociando empréstimo para a Prefeitura de Canoas. Fraga confirmou, entretanto, que freqüentava a Assembléia seguidamente e manteve encontros com vários deputados. Admitiu ter participado da campanha da governadora Yeda Crusius, mas negou ter representado quaisquer interesses em nome do Executivo estadual. Ele protagonizou momentos de tensão e embate com o deputado petista Elvino Bohn Gass, que confrontou suas afirmações com as de Vaz Netto. Para o depoente, nunca houve relação entre o dinheiro do Detran e financiamento de campanha.
 


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