Tem uma ponte no meio do caminho
A imprensa do Piauí entendeu como agressiva e autoritária o posicionamento do prefeito Sílvio Mendes (PSDB) ao criticar a proposta do deputado federal Osmar Júnior (PCdoB) para desengavetar o projeto de ampliação da ponte Juscelino Kubitschek, a ponte da
Publicado 28/04/2008 12:48 | Editado 04/03/2020 17:02
“O deputado federal Osmar Júnior meteu a cabeça fora como pré-candidato a prefeito de Teresina propondo uma nova pista de rolamento para a ponte Juscelino Kubitschek, que liga o centro da cidade à zona Leste. Na sua concepção, seria uma saída para desafogar o tráfego na Avenida Frei Serafim. Pra quê? Levou uma bordoada do prefeito Sílvio Mendes, que considerou eleitoreiro o projeto do deputado do PCdoB.
Incontinenti, um auxiliar do prefeito foi à televisão, certamente despachado por ele, para dizer que este projeto não é novo, que ele já existe na Prefeitura há pelo menos três anos. E por que não foi executado? A Prefeitura entendeu que não era exeqüível? Faltou dinheiro? Faltou vontade política? Ou ele concorreria para tirar o brilho da reforma da Frei Serafim?
Foi desmedida a reação da Prefeitura à proposta de Osmar Júnior, que, como cidadão, como parlamentar e como pré-candidato a prefeito, tem não apenas o direito, mas principalmente o dever de apresentar propostas para resolver os problemas da cidade. Esta aí foi uma delas, num campo sobre o qual ele tem conhecimento, pois já foi secretário municipal de Transportes, na gestão do prefeito Wall Ferraz.
O prefeito e sua equipe deveriam estar satisfeitos com o fato de que o deputado Osmar Júnior entra na campanha com bons modos, apresentando um projeto em alto nível, sem ataques, o que é incomum entre os candidatos de oposição. Quem desconhece que o trânsito é um dos mais graves problemas de Teresina, na atualidade, ao lado da violência?
Mesmo com o elevado índice de aprovação de sua administração e a aceitação popular de que desfruta, o prefeito Sílvio Mendes não deve se achar o dono da cidade e o único conhecedor de suas carências. Nem tampouco pode se considerar imune a críticas. Elas inevitavelmente surgirão e se multiplicarão daqui para frente, com o desenrolar da campanha. Algumas injustiças e outras, sem dúvida, procedentes”.
Por Zózimo Tavares
Editor-chefe do jornal Diário do Povo