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Cancelamento de partidos eleva tensão na Nicarágua

O cancelamento da inscrição oficial do Partido Conservador (PC) e do Movimento de Renovação Sandinista (MRS), comunicado nesta quinta-feira (12), para participar das próximas eleições municipais aumentou a tensão eleitoral no país.

A decisão, tomada na quarta-feira à tarde pelo Conselho Supremo Eleitoral, de cancelar a forma jurídica das duas organizações, por irregularidades no cumprimento da lei eleitoral, adiciona novos ingredientes a um processo no qual as ofensas e agressões verbais são características.



“O MRS não cumpriu seus próprios estatutos e regimentos internos”, analisou o Conselho.



“Enquanto o PC, não completou sequer 80 por cento a lista de candidatos a cargos municipais”, assegurou o organismo que supervisiona e regula a eleições no país.



Desta forma, a luta para obter a maior quantidade de cargos no legislativo e executivo municipais será deflagrada entre o Partido Liberal Constitucionalista e a Frentre Sandinista de Libertação Nacional, as duas principais forças políticas do país.



Mesmo assim, as duas organizações que tiveram suas incrições canceladas contam ainda com alternativas legais para contestar a decisão, como interpor um recurso de inconstitucionalidade ante a Corte Suprema de Justiça.



Na noite de quarta-feira foram iniciados diante da Corte Suprema plantões de protestos realizados por integrantes dos dois partidos. Alguns plantões terminaram em atos de violência.



Um grupo de simpatizantes do MRS assediou a casa do presidente do Conselho ELeitoral, Roberto Rivas, enquanto um veículo do Canal 4, emissora local de TV em Manágua, foi danificado por um grupo supostamente vinculado ao protesto.



A decisão do Conselho Eleitoral se soma ao recente acordo obtido na Assembléia Nacional, de passar a data das eleições de 2 para 9 de novembro e adiar as eleições em alguns municípios da costa do Caribe até 18 de janeiro de 2008, medida repudiada por forças direitistas de oposição.