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Congresso pauta mudanças no Estatuto e Manifesto da UJS

O 14º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), que começou nesta quinta (12) e segue até domingo (15), no Parque da Juventude da capital paulista, terá uma programação centrada na tese Se o presente é de luta, o futuro nos pertence

Segundo Ossi, participaram do 14º Congresso 82 mil jovens, entre militantes e novos filiados, de 780 cidades, sendo 300 destas com mais de 200 mil habitantes. Excluindo cerca de 980 jovens que saem da UJS neste congresso por chegarem em 2008 aos 29 anos – conforme determina o Estatuto da entidade – a UJS chega, no total, a 130 mil filiados com o processo deste 14º Congresso.


 


''Queremos uma UJS de milhões''


 


“O processo de mobilização do congresso revelou uma capacidade de superação muito grande das direções, militantes e filiados à UJS”, avalia Gavião. Para ele, a marca maior do processo de mobilização foi “a capacidade que a UJS mostrou de superar seus limites e se empenhar em construir bons congressos municipais e estaduais, com muita gente e um espírito cada vez mais juvenil”.


 


“Apenas nas plenárias municipais e estaduais do congresso estiveram presentes cerca de 30 mil jovens”, destaca Ossi. Apesar de comemorar o êxito da mobilização, Ossi aposta que a entidade ainda pode mais. “Avalio que este congresso simbolizou um processo vitorioso para a nossa organização. Filiar muita gente é bom, mas ainda estamos muito aquém do que precisamos. Queremos ser uma UJS de e para milhões, neste sentido precisamos ousar muito mais”, afirma.


 


“A gente sabe que ainda temos muitos desafios”, agrega Gavião. “O mais importante é que temos uma noção coletiva muito forte de que não existimos apenas para ganhar congressos estudantis, estamos lutando pela conquista do socialismo com a nossa cara”, defende.


 


O presidente nacional da UJS ainda comenta o cenário positivo que vive a América Latina e o Brasil e diz que, neste contexto, cresce a responsabilidade da juventude socialista na luta por mudanças mais profundas.


 


“Vivemos uma onda progressista muito rica em nosso continente. Precisamos aproveitar essa onda para ousar muito mais no desenvolvimento soberano do Brasil. Por isso, estamos propondo pequenos ajustes no Manifesto e Estatuto da UJS. A realidade de 1984, data que marca a fundação da UJS e a provação destes documentos, não é a mesma de hoje”, afirrna.


 


“As mudanças propostas não resultam em um novo Estatuto e Manifesto; na verdade é uma atualização à luz da nova realidade, que não é mais de ditadura no continente, como na década de 80, e sim de maior democracia. Vamos promover uma grande onda de relançamento do Manifesto atualizado após este congresso. Ele é o cartão de apresentação da UJS, um texto que merece ser cada vez mais valorizado”, explica.


 


Propostas de mudanças


 


“As principais mudanças propostas no Estatuto buscam dar mais agilidade à ação política da UJS. Estamos propondo, por exemplo, que as atuais 15 frentes de atuação da entidade entre os movimentos juvenis (movimento estudantil, hip hop, etc) possam criar seus fóruns próprios de decisão, podendo, inclusive, deliberar sobre aqueles assuntos em que a direção da UJS ainda não acumulou alguma opinião”, explica Gavião.


 


“Isso dará mais dinamismo às frentes, já que não dependerão apenas da iniciativa das direções para elaborar, divulgar e realizar ações. Na prática, é expressar no Estatuto da UJS a idéia de autonomia que debatemos neste congresso para as frentes”, diz.


 


Se a idéia é ampliar os espaços de encontro e decisão da UJS para as frentes de atuação, o mesmo está sendo proposto para os fóruns da Direção Nacional (DN).


 


“Propomos uma executiva com até 11 lideranças. Entre a DN e a executiva da UJS estamos propondo a criação de um Conselho Diretor, que reunirá membros da executiva e com os das frentes de atuação para debater temas específicos. Também estamos propondo o fim de suplentes na DN, que poderá ter até  cerca de 60 dirigentes”, comenta Gavião.


 


Para ele, um dos pontos mais positivos das mudanças propostas “será a possibilidade das frentes de atuação influenciarem mais no trabalho de direção da UJS”. No domingo, os cerca de dois mil delegados que participam do congresso deverão votar as propostas de mudanças no Estatuto e Manifesto, além de eleger a nova DN da entidade.


 


“O que mais me chamou a atenção nesse congresso foi o debate que fizemos sobre a importância de fortalecer os núcleos da UJS. Avançamos para a idéia de que os núcleos podem ser formados por local de estudo, moradia e trabalho, mas também por coletivos de cultura, meio-ambiente, entre outros. Queremos sair deste 14º Congresso com 500 núcleos prioritários que serão acompanhados diretamente pela executiva nacional”, planeja Ossi.


 


Vibração


 


O primeiro dia do Congresso foi marcado com muito debate e animação. Por volta de meio dia, foi composta a mesa de abertura do 14º Congresso da União da Juventude Socialista. Diversas entidades dos movimentos sociais, juventudes partidárias e lideranças participaram da solenidade.


 


Depois da abertura significativa, os muitos delegados aproveitaram para conhecer o Parque da Juventude e participar de um dos 15 grupos de discussão sobre as frentes de atuação da UJS. Quem esteve nesta tarde no Parque, pode ouvir as diversas caravanas estaduais chegando ao local, cada qual cantando uma palavra de ordem que identificava seu estado.


 


“Ôoo, a Yeda e o Feijó, a UJS vai botar no xilindró”, gritavam os jovens gaúchos que chegaram na noite desta quinta. Muitos deles participaram do protesto de ontem, realizado em Porto Alegre e brutalmente reprimido pelo governo do estado, contra a corrupção no governo gaúcho – revelada pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pela CPI do Detran.


 


“Pelo menos 15 pessoas estão no hospital, fruto da violência da Brigada Militar gaúcha. Não é a primeira vez que isso acontece, a violência tem sido a forma de ‘diálogo’ do governo tucano com o movimento social. Mas de forma alguma nos abateremos! Tanto é que, apesar disso tudo, estamos aqui para recarregar nossas baterias e enfrentar ainda com mais combatividade os tucanos”, afirma Miquele Romanovski, diretor da zonal norte da UJS-POA.


 


Veja abaixo as mudanças em debate:


 


– Proposta de Estatuto


 


– Proposta de Manifesto


 


Fotos: Rafael Gomes


 


Do Parque da Juventude,
Carla Santos