Carrion repudia repressão policial em manifestação na Capital

O deputado Raul Carrion (líder do PCdoB na Assembléia Legislativa) repudiou com veemência na tribuna nesta quarta-feira (11) a repressão policial aos movimentos sociais durante protesto contra a corrupção no Governo Yeda.

O parlamentar protocolou a solicitação de uma audiência pública para debater a atuação da BM no episódio na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Carrion também solicitou  que a imprensa ceda imagens do confronto.


 


Durante o programa Conversas Cruzadas, da TV Com,  Carrion lembrou que foi chamado por lideranças do movimento. Ao chegar ao Parque Harmonia, em Porto Alegre, encontrou um cena, cuja indignação confessa não ter conseguido ainda superar. “Vi pessoas machucadas, arrinconadas, sitiadas pelo Pelotão de Choque sem poder exercer o legítimo direito de se dirigir ao Palácio Piratini para protestar”, relatou.


 


“Não existe estado de sítio no Rio Grande do Sul e neste episódio a Constituição foi rasgada no Estado”, alertou o deputado. “O povo têm direito de manifestar-se.”


 


Carrion afirmou que os movimentos lutam pela reforma agrária e urbana e não agem com violência. “Defendo o direito de manifestação e acho que se houve excessos eles devem ser punidos. Mas o que estamos vendo é a criminalização dos movimentos sociais”, disse o parlamentar.  


 


Os cerca de 1,2 mil manifestantes partiram em marcha do Ginásio Tesourinha em direção ao Palácio Piratini e, no trajeto pretendiam fazer uma manifestação contra o abusivo preço dos alimentos. O advogado do MST, Jacques Alfonsim, afirmou que está ocorrendo um abuso criminoso de autoridade contra os movimentos populares. “A pergunta que temos de nos fazer é se essa atitude é condizente com o estado democrático de Direito”, disse. O Ouvidor da Segurança Pública, Adão Paiani.


 


O Comandante-geral da Brigada Militar, cel. Paulo Mendes defende que o uso da força foi necessário para proteger a população e o patrimônio público. Durante o conflito foram usados bombas de gás lacrimogêneo, cassetetes e balas de borracha. Para a ação, foram utilizados 300 policiais, além de helicópteros, a tropa de choque e parte do Batalhão de Operações Especiais.


 


''Essa estréia do coronel Mendes está com a síndrome da 'Tropa de Elite', que solta os criminosos e entende que deve reprimir os movimentos sociais”, disse Carrion.


 


Isabela Soares