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CGTB: investimento público e queda dos juros garantem bom PIB

O PIB brasileiro, a soma de todos os serviços e bens produzidos pelo país, cresceu 5,8% no primeiro trimestre de 2008 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foi o melhor resultado alcançado num primeiro trimestre nos últimos 12 anos.

Na taxa acumulada em quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2008, o crescimento também foi de 5,8%. Segundo o IBGE, dentre os setores que contribuíram para a geração do Valor Adicionado, a Indústria obteve o melhor desempenho com uma taxa positiva de 6,9%, seguida pelos Serviços, com elevação de 5,0%, e Agropecuária com crescimento de 2,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2007.


 


Na avaliação do presidente da CGTB, Antonio Neto, o resultado do PIB divulgado pelo IBGE demonstra claramente que o seu crescimento foi alcançado devido a retomada dos investimentos públicos e da queda dos juros feita até janeiro de 2008.


 


“Depois de uma série de reduções da Selic, a taxa básica de juros chegou a 11,25% em dezembro. Isso possibilitou que a indústria ampliasse os investimentos, que aumentaram mais de 15%, e que a produção crescesse de forma acentuada para suprir o aumento do consumo gerado pela ampliação da massa salarial. Isso é positivo para o país, para o povo e mostra que a tentativa do Banco Central de escalonar a Selic é um atentado contra o crescimento, contra a geração de empregos e à melhoria das condições de vida do povo”, afirmou Neto.


 


Segundo Neto, é sintomático que o PIB tenha crescido o mesmo percentual (5,8%) que os gastos públicos, provando que esta combinação de investimento do Estado com redução dos juros é altamente salutar para a economia brasileira.


 


“O impressionante é que isso precisa ainda ser dito para combater aqueles que, para beneficiar a especulação financeira e para tirar proveito disso, sempre falsificam a realidade para advogar o aumento dos juros. É por isso que no dia 19 estaremos todos em Brasília na frente do Banco Central para deixar claro que os trabalhadores querem dar um basta na sabotagem feita pelo presidente do BC, Henrique Meirelles”, destacou.


 


Ainda segundo o IBGE, na atividade industrial, o destaque foi a Construção Civil que registrou taxa de crescimento de 8,8%, a maior taxa desde o segundo trimestre de 2004 (10,6%). Em seguida destacam-se a Indústria de Transformação com 7,3% de crescimento; Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana com 5,5% e a Extrativa Mineral com 3,3%.


 


O setor de Serviços apresentou crescimento de 5,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os maiores destaques foram para Intermediação Financeira e Seguros (15,2%); Serviços de Informação (9,5%) e o Comércio (atacadista e varejista) com uma taxa positiva de 7,7%. Os outros subsetores tiveram os seguintes desempenhos: Transporte, Armazenagem e Correio (3,7%); Outros Serviços (2,6%); Serviços Imobiliários e Aluguel (2,1%) e Administração, Saúde e Educação Pública (1,1%).


 


Consumo cresce


 


Dentre os componentes da demanda interna, a Despesa de Consumo das Famílias alcançou a taxa positiva de 6,6%, o décimo oitavo crescimento consecutivo na taxa trimestral em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, favorecida pela elevação da massa salarial real dos trabalhadores e pelo crescimento, em termos nominais, do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas.


 


Já a Despesa de Consumo da Administração Pública apresentou crescimento de 5,8% no primeiro trimestre de 2008 contra o mesmo período de 2007. A Formação Bruta de Capital Fixo registrou crescimento de 15,2%, explicado, principalmente, pelo aumento da produção e da importação de máquinas e equipamentos. Ainda nesse trimestre, a aceleração do crescimento da Construção Civil foi destaque e contribuiu para o desempenho positivo da Formação Bruta de Capital Fixo.


 


Valores correntes e conta econômica 


 


O Produto Interno Bruto medido a preços de mercado, para o primeiro trimestre de 2008, alcançou R$ 665,5 bilhões, sendo R$ 560,7 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 104,8 bilhões aos Impostos sobre Produtos.


 


No resultado do trimestre, a Necessidade de Financiamento alcançou R$ 21 bilhões contra R$ 0,9 bilhão em 2007, redução explicada, principalmente, pela redução no Saldo Externo de Bens e Serviços no montante de R$ 15 bilhões e aumento de R$ 4,6 bilhões na Renda Líquida de Propriedade Enviada ao Resto do Mundo.


 


A Renda Nacional Bruta atingiu R$ 647,3 bilhões no primeiro trimestre de 2008 contra R$ 585,2 bilhões no respectivo período de 2007. Nessa mesma base de comparação a Poupança Bruta atingiu R$ 111,8 bilhões contra R$ 102,8 bilhões no mesmo período do ano anterior.


 


Fonte: http://www.cgtb.org.br/