Argentina e Cuba comemoram 80 anos de Che Guevara
Uma escultura de bronze de quatro metros de Che Guevara foi inaugurada neste sábado em Rosario, Argentina, cidade natal de Che, para marcar os 80 anos do nascimento do revolucionário. Em Cuba foram realizados diversos eventos para marcar o aniversário de
Publicado 14/06/2008 21:52
O monumento é a primeira estátua de corpo inteiro de Che instalada em um espaço público no país.
A estátua foi criada pelo artista plástico argentino Andrés Zerneri, que a idealizou como um projeto coletivo. Cerca de 15 mil pessoas de todo o país doaram chaves e pequenos objetos de bronze para a obra de três toneladas e meia.
A escultura mostra Che de pé, com uniforme e boina, e a cabeça levemente virada sobre o ombro direito, reproduzindo a expressão desafiadora retratada pelo fotógrafo cubano Alberto Korda.
Milhares de pessoas participaram da cerimônia. Entre elas, a filha de Che, Aleida, que viajou de Cuba para participar do evento.
''Para mim, o mais importante são que os jovens estejam aqui. Transformar suas idéias em ações práticas todos os dias, isso faz com que meu pai siga vivendo entre nós'', disse.
Além de Aleida, estiveram presentes também outros três filhos de Che, Camilo, Celia e Ernesto. Eles lançaram o livro Evocação, minha vida ao lado do Che, escrito por Aleida March e já publicado em Cuba, Sérvia, Espanha, Japão, Itália, Portugal e que será lançado em breve no Brasil.
A inauguração da estátua foi o ponto culminante de três dias de celebrações na cidade pelos 80 anos do nascimento de Che.
O monumento está no Parque Hipólito Irigoyen, área que, a partir deste sábado, será chamada Praça do Che. É uma estátua de bronze do escultor Andrés Zerneri, a cuja confeção precedeu uma singular campanha de coleta de objetos desse material.
Che Guevara nasceu em Rosario no dia 14 de junho de 1928, às 17h, de acordo com sua certidão de nascimento.
Mas ele viveu pouco tempo na cidade. Quando tinha pouco mais de um ano, sua família se mudou para Buenos Aires.
Che sempre disse que seu nascimento em Rosario foi por acaso, já que a família costumava se locomover de um lugar a outro do país a negócios.
No entanto, o revolucionário nunca abandonaria sua afeição pelo clube de futebol Rosario Central.
Durante os anos de 1976 e 1983, a divulgação da imagem de Che foi proibida e o prédio onde ele havia nascido foi bombardeado após a prefeitura pendurar uma placa comemorativa no local.
Muitas escolas carregam o nome do revolucionário e um pequeno museu foi aberto em 2001, numa de suas antigas residências. No entanto, num país com inclinação por batizar ruas e avenidas com os nomes de vice-reis espanhóis desconhecidos, a ausência do nome é notável, afirmou o historiador Felipe Pigna.
''É uma desgraça que em uma cidade como Buenos Aires … não exista uma única rua batizada com o nome do doutor Guevara'', avaliou.
Para os amigos de infância do revolucionário, a estátua de 2,7 toneladas e 4 metros de altura marca uma mudança de postura positiva.
Em Havana, foi realizada na noite de sexta-feira (13), uma cerimônia política e cultural em homenagem ao comandante, na véspera de seu 80º aniversário natalício.
Na cerimônia, que foi transmitida pela televisão nacional de Cuba, foi estreada a obra sinfônica coral El cantar del caballero y su destino, do maestro José María Vitier. Mais de quatro mil havaneses, em representação de todos os cubanos, participaram da homenagem.