Che Guevara completaria hoje 80 anos de idade

Antes de o cubano Antonio Ñico López o batizar de Che, Ernesto Guevara adotou muitas faces e nomes, como Ernestito, Teté, Pelao, Chancho, Fuser, Furibundo, Serna, Martín Fierro, Franco-atirador, entre outros

Se fosse vivo, Ernesto Guevara de La Serna, o famoso Che, ícone da esquerda e da rebeldia mundial, completaria hoje 80 anos. Che é um dos muitos apelidos que teve em seus 39 anos de vida, quando chegou a adotar diferentes rostos e identidades para despistar os serviços de inteligência em suas missões secretas.


 


O rosto de Che Guevara que Alberto Korda imortalizou na foto mais famosa e reproduzida do mundo, tirada em 5 de março de 1960, é diferente de outras tantas aparências, com ou sem barba, que teve, assim como seus diversos apelidos: Ernestito, Teté, Pelao, Chancho, Fuser, Furibundo, Serna, Martín Fierro, Franco-atirador ou outros tantos que adotou (ou que lhe impuseram). Foi batizado como Che pelo cubano Antonio Ñico López.


 


Em 1964, Guevara viajou secretamente ao Congo Belga e se incorporou à guerrilha de Patrick Lumumba à frente de uma centena de cubanos com o pseudônimo de Tatu (três, na língua suahíli dos bantos). A luta não prosperou e Che precisou se esconder na Tanzânia, onde ficou vários meses antes de viajar a Praga.


 


Seu amigo Fidel Castro enviou a Praga o especialista Luis García Gutiérrez Fisín – atualmente com 85 anos de idade – o dentista que fez várias transformações no rosto de Che mediante próteses dentárias. Os detalhes das operações foram narrados no recente livro de Físin, La Otra cara del Combate (A outra cara do combate).


 


Ramón Benítez Fernández, que viajou de Tanzânia a Praga, era um Che corcunda e mais gordinho, devido ao colete que usava por baixo da roupa. Sapatos reforçados serviram para dar-lhe maior estatura.


 


Um corte de cabelo, sem a barba e lentes grossas mudaram a fisionomia de Guevara, feito que contou com a ajuda de uma prótese dentária, que lhe desfigurava o rosto, dando-lhe uma aparência abobalhada. Com isso, conseguiu deixar a África em segredo.


 


A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos bem que tentou, mas não conseguiu localizar Amquack, o nome assinado por Che. Meses depois, García Gutiérrez foi enviado a Praga para refazer a dentição de Che e acertar outros detalhes, para que o guerrilheiro retornasse discretamente para Cuba e, enfim, participasse da luta guerrilheira na Bolívia.


 


Em 1966, Fisín precisou ir a Pinar del Río, extremo oeste de Cuba, onde o futuro Adolfo González se preparava física e militarmente para se dirigir à Bolívia. A partir de então, Che adotou os nomes de Ramón, Fernando Sacamuelas e Chaco.


 


Os homens que tinham lutado com Guevara em Cuba e que iriam com ele até a Bolívia não o reconheceram em Pinar del Rio, assim como também não foi reconhecido por seus filhos, então muito pequenos. Che estava um tanto gordo, careca (por depilação) e de lentes, uma figura que em nada se parecia com o Guevara que conheciam.


 


Os registros de seu diário de 12 de novembro de 1966 afirmam: “Meu cabelo está crescendo, apesar de muito ralo, e as mechas que se tornaram loiras, começam a desaparecer; me nasce a barba. Dentro de poucos meses, voltarei a ser eu”.


 


 


 


Fonte: Jornal O Povo