Três mil protestam nesta quinta pelo Fora Yeda no RS
Cerca de 3 mil manifestantes participaram do ato em frente ao Palácio Piratini nesta quinta-feira (19). Bandeiras, adesivos, informativos e materiais diversos ajudaram a denunciar a corrupção do governo tucano à sociedade gaúcha. Diversos movimentos socia
Publicado 19/06/2008 20:32
A segurança foi reforçada no local e o trânsito ficou parcialmente bloqueado na Rua Duque de Caxias. Na quarta-feira, o Piratini também foi palco de protesto, quando teve as calçadas lavadas.
A CTB-RS (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) participou do ato, ao lado de entodades do movimento estudatil e comunitário. Para a CTB, os movimentos sociais não descansarão enquanto a governadora não deixar seu cargo.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Celso Woyciechowski, foi bastante enfático em seu discurso, afirmando que a luta dos movimentos sociais irá continuar de maneira bastante intensa.
“Exigimos a devida fiscalização dos fatos de corrupção que vêm ocorrendo em nosso Estado, a responsabilização por parte dos envolvidos bem como suas punições e, além disso, o retorno dos 44 milhões de reais desviados aos cofres públicos”, destacou o dirigente cutista.
Por volta das 14h, as entidades entregaram um documento ao presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Alceu Moreira.
Confira o seu conteúdo na íntegra:
Nós, dos movimentos sociais, sindicais e do movimento estudantil do Rio Grande do Sul, queremos tornar público que os últimos atos do governo Yeda & Feijó, que vêm sendo denunciados pelos meios de comunicação, só comprovam o que a população já sabia e sentia na pele deste janeiro de 2007.
O “novo jeito de governar” de Yeda & Feijó, máscara que escondia velhas práticas políticas (desmonte do patrimônio público, retirada de verbas públicas da educação, da saúde, arrocho salarial dos servidores, criminalização dos movimentos sociais), caiu. A revelação dos esquemas ilícitos e da corrupção, denunciados pelos próprios integrantes do governo, demonstram que não se trata de uma “banda podre”, mas de práticas instaladas por todo o governo Yeda.
Três fatos necessitam ser esclarecidos pelas autoridades competentes:
1. Crime eleitoral – uso de verba pública para financiamento da campanha da governadora e de seu vice.
Está evidente que o ex-Secretário de Governo de Yeda, Delson Martini, operou ativamente para auxiliar o beneficiário do esquema, companheiro de partido (PP) e arrecadador da campanha de Yeda, Lair Ferst. As escutas telefônicas de tradicionais figuras da política gaúcha são claras e objetivas a este respeito, ou seja, que a decisão e orientação sobre o acobertamento da fraude seriam de Yeda, através de seu secretário.
Não é outra a interpretação da conversa telefônica de 28 de agosto de 2007, entre Flávio Vaz Neto e Antônio Dorneu Maciel, Tesoureiro do PP, em que este afirma que “ele disse que vai falar com ela. Ela vai dizer para ele”. Ele é o próprio Secretário de Governo recém demitido Delson Martini e, Ela, é a própria Governadora.
2. Crime de enriquecimento ilícito de mebros do governo
A publicação integral pela imprensa da conversa entre o ex-secretário da Casa Civil, César Busatto, e do vice-governador, Paulo Feijó, confirma a utilização criminosa de verbas públicas das estatais (DETRAN/BANRISUL/CEEE/CORSAN/DAER) para o enriquecimento de pessoas e de partidos, esquema conhecido por ambos, como disse Busatto: “Eu não tenho dúvida de que o Detran é uma grande fonte de financiamento… E o Banrisul, com certeza, nesses quatro anos”.
3. Crime de improbidade administrativa da governadora
A Governadora Yeda sabia que havia uma quadrilha infiltrada no DETRAN, e tentou acobertar a fraude. Está comprovado que Flávio Vaz Neto, ex-presidente daquele órgão, preso pela Polícia Federal e afastado da função por ordem da Justiça, colocou a governadora a par de toda a fraude em abril de 2007. Flávio recebeu de Yeda a orientação para resolver a questão mudando as empresas contratadas para aplicar as provas para obtenção da Carteira de motorista. A Governadora não só prevaricou, pois deixou de apurar os fatos ocorridos desde o Governo Rigotto, assim como cometeu ato de improbidade ao permitir a continuação da fraude, agora sob sua direção.
Os crimes administrativo e eleitoral cometidos por Yeda e Feijó devem vir a público e ser objeto de mobilização da sociedade riograndense pedindo a saída desse governo, assim como das direções das empresas que foram denunciadas, como Banrisul, CEEE, CORSAN, DAER, DETRAN.
O “novo jeito de governar”, discurso da defesa da ética e da moralidade do governo Yeda & Feijó, assemelha-se ao slogan “caçador de marajás”, de Fernando Collor Mello que, por causa de crimes cometidos contra o povo brasileiro, foi impedido de continuar seu mandato.
Tais crimes de desvios de verbas para beneficiar pessoas e partidos prejudicaram, nesses últimos anos, o povo honesto do Rio Grande, que a cada dia enfrenta mais restrições para acessar serviços públicos essenciais para garantia de uma vida digna. Soma-se a isso a ação abusiva e repressora da Brigada Militar que, sob o comando de Yeda, trata os movimentos sociais como criminosos, com ações repressivas e violência desnecessária como ocorria nos piores tempos da ditadura militar.
O Governo Yeda & Feijó perdeu a legitimidade institucional e a confiança do povo gaúcho para continuar no comando do Estado.
Pedimos a identificação, responsabilização e punição dos responsáveis pelos esquemas de corrupção do governo e o retorno dos 44 milhões desviados dos cofres públicos.
Assim os signatários deste documento, pleiteiam para as seguintes instituições deste Estado:
1. Ao Parlamento Estadual, que exerça na integralidade o seu poder fiscalizatório do Executivo, a fim de que o Governo Yeda e Feijó respondam como responsáveis políticos e administrativos pela grave crise ética e de honestidade evidenciada pelos fatos acima narrados.
2. Ao Ministério Público Estadual que, como fiscal da Lei e dos princípios da moralidade, legalidade, impessoabilidade e legitimidade, expressos no art. 19 de nossa Constituição, ingresse com as medidas judiciais que responsabilizem na integralidade, a improbidade do atual Governo do Estado.
3. Ao Poder Judiciário, a defesa dos interesses do povo gaúcho, dando a necessária celeridade e prioridade que estes crimes merecem.
Assinam este documento:
• CUT/RS
• Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas
• Conam – Confederação Nacional das Associações de Moradores
• CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
• Intersindical
• DCE/UFRGS
• Fórum Estadual da Juventude Begra/UNE
• Instituto da Juventude
• Levante Juventude
• MMM Marcha Mundial de Mulheres
• MNLM – Movimento Nacional pela Moradia
• MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
• MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados
• PS – Pastorais Sociais
• UNE – União Nacional dos Estudantes
• Vvia Campesina