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Passeata comemorativa dos 25 anos da CUT reúne seis mil

o Centro de São Bernardo foi o local escolhido para a Assembléia Popular da Classe Trabalhadora, na histórica Praça da Matriz. A manifestação, parte das comemorações dos 25 anos de vida da Central Única dos Trabalhadores, aconteceu na tarde da última sext

O ponto de partida da passeata foi a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para onde se dirigiram as delegações vindas da 12ª Plenária Nacional, que acontecera em São Paulo, e também delegações de outras regiões – havia 19 Estados da Federação representados.


 


O secretário-geral da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, foi o coordenador, ou pode-se dizer também mestre-de-cerimônias, da passeata. No início da caminhada, lembrou a importância histórica daquela esquina da rua João Basso, onde fica o Sindicato, e a rua Marechal Deodoro.


 


“Naquele momento de enfrentamento ao regime militar, quando lutávamos pelo direito básico de nos organizarmos, lá no final dos anos 1970, começava essa história de lutas e conquistas que tanto nos orgulha, a história da CUT”, disse ele.


 


Também no caminhão de som, o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, destacou que a luta, que teve início na reivindicação de direitos essencialmente trabalhistas, aprofundou-se e ganhou amplitude. “Claro que no início, como ainda hoje, precisávamos de melhores salários, condições minimamente dignas de saúde e segurança e de outros direitos, mas nossa batalha constante nos colocou em outras lutas, por justiça social para todos, saúde e educação públicas de qualidade, porque de nada adiantaria termos bons salários se nossas cidades não tiverem políticas públicas voltadas aos trabalhadores”, afirmou.


 


Júlio Turra, que iniciou sua carreira de professor e consolidou sua militância política no ABC, fez um paralelo entre as passeatas do período 1970-1980 e a caminhada de sexta-feira pela Marechal, como carinhosamente é chamada a rua pelos moradores.


 


“Quantas vezes não fomos recebidos com bombas de gás lacrimogênio, com mordidas de cães e cassetetes. Mas foi a garra e a coragem da classe trabalhadora, unificada pela Central Única dos Trabalhadores, fundamentais para romper a ditadura, que nos permitem hoje caminhar por essa rua em festa, com todo o comércio aberto, em pleno funcionamento. Naquela época, o conflito com o regime fazia todas essas portas se fecharem”, lembrou.


 


O gaúcho Quintino Severo, secretário-geral da CUT, reafirmou sua origem para poder lembrar o caráter plural da entidade e de suas lutas. “A CUT representa todo o Brasil, todas as regiões. A CUT é o Brasil, refletido nas lutas históricas e imediatas da classe trabalhadora, composta por negros, mulheres, indígenas, camponeses, assalariados e trabalhadores informais, de Norte a Sul”.


 


Lúcia Reis, diretora executiva, dirigiu-se aos manifestantes com inconfundível sotaque carioca para destacar que a luta da CUT é por igualdade e distribuição de renda, e que nesse sentido a exigência de um Estado cada vez mais forte e presente, assim como aberto à participação das entidades populares é essencial. “Nestes próximos meses, como definido pela 12ª Plenária, uma de nossas prioridades é garantir a negociação coletiva no setor público, para democratizar e aperfeiçoar o serviço e o atendimento à população”, disse.


 


O presidente Artur Henrique, que havia caminhado a maior parte do trajeto, subiu ao caminhão de som para anunciar a proximidade da Praça da Matriz e do início da Assembléia Popular. “Estamos aqui para celebrar e reafirmar nossas raízes, para dizer de peito aberto a razão de viver da CUT são as lutas populares, a valorização de todos que vivem de sua força de trabalho, e o sonho de que cada brasileiro e brasileira, independentemente de suas origens, merece viver bem e ser dono de seus destino”, falou Artur.


 


Artur Henrique encerrou o ato com entusiasmo, apresentando aos presentes a Jornada de Lutas da CUT, elaborada e aprovada pela 12ª Plenária. Leu o documento, aprovado por unanimidade.