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Wal-Mart adverte sobre 'risco de votar em Obama'

Vitória do democrata poderia facilitar a sindicalização de trabalhadores, disse na última sexta-feira (8) o jornal americano The Wall Street Journal.

A rede varejista Wal-Mart — empresa privada com maior número de assalariados nos Estados Unidos — está mobilizando gerentes de lojas e supervisores de departamentos em suas unidades nos Estados Unidos para advertir [warn] os trabalhadores da empresa que uma eventual vitória do candidato democrata Barack Obama nas eleições presidenciais de novembro provavelmente resultará em uma mudança na lei federal, visando a facilitar a sindicalização dos trabalhadores, informou o The Wall Street Journal em reportagem publicada nesta sexta-feira.


 


Nas últimas semanas, milhares de gerentes de lojas e departamentos do Wal-Mart foram convocados a reuniões obrigatórias nas quais a direção da companhia procurou amedrontar seus trabalhadores, ameaçando-os caso pretendam sindicalizar-se. O espantalho utilizado para isso é  uma provável eleição de Obama que, segundo a diretoria do Wal-Mart, seria mais ''benéfico'' para os trabalhadores.


 


De acordo com mais de uma dezena de funcionários do Wal-Mart que participaram dessas reuniões, os executivos da companhia disseram que os funcionários sindicalizados teriam de pagar contribuições sindicais ''sem ganhar nada em troca'' e poderiam entrar em greve ''sem nada em compensação''.



Além disso, ameaçaram os trabalhadores afirmando que a sindicalização significaria menos empregos, alegando 'encargos' trabalhistas.



A ação do Wal-Mart reflete a visão predomintante entre o grande capital americano de que revigoramento do movimento trabalhista reverteria anos de queda nas filiações a sindicatos, o que geraria para eles aumento da folha de pagamento e das despesas com saúde, reduzindo os lucros líqüidos e os ganhos de empresários.



Os gerentes de recursos humanos do Wal-Mart que realizaram as reuniões não precisaram dizer explicitamente que seus funcionários não devem votar em Barack Obama, só insistiram que as empresas procurariam reprimir aqueles que procurassem os sindicatos, por meio de demissão ou recusa em contratação.