Rio poderá perder 18 mil empregos no setor da construção naval

O Rio de Janeiro poderá perder 18 mil novos empregos e outros 4 mil a 5 mil postos já existentes no setor naval, caso a Petrobrás leve para outros estados a construção de 13 dos 43 navios já licitados pela Transpetro para construção em estaleiros fluminen

O protesto foi organizado pelo Fórum Nacional Intersindical dos Trabalhadores da Indústria Naval e Offshore, que reúne os sindicatos dos metalúrgicos do Rio, Angra e Niterói. O ato também contou com a participação do deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB/RJ), que também defendeu a construção dos navios no Rio de Janeiro.



Segundo o coordenador do Fórum Nacional Intersindical dos Trabalhadores da Indústria Naval e Offshore, Luiz Chaves, “a manifestação decorre do temor de todos nós de perdemos nossos empregos e de que outros deixem de ser gerados em razão da possibilidade de que a Petrobras leve para outros estados as obras de construção dos 13 navios licitados e vencidos pelo consórcio Rio Naval e pelo Estaleiro Mauá”, disse Chaves.



Os manifestantes entregaram à diretoria da estatal, que estava reunida, um documento relatando as preocupações dos metalúrgicos. “Nós já havíamos entregado este mesmo documento na semana passada à ministra Rousseff [Dilma, ministra chefe da Casa Civil], e também na semana passada uma comissão esteve com o presidente Lula, em São Bernardo do Campo (SP), a quem também foi entregue um documento semelhante” informou.



De acordo como Luis Chaves, de um total de 43 embarcações licitadas pela Transpetro – braço logístico da Petrobras para o setor de transportes –, o Rio de Janeiro ganhou a licitação para construir apenas 13, sendo nove do tipo Aframax, vencida pelo consórcio Rio Naval, e outros quatro do tipo Panamax, vencida pelo estaleiro Mauá-Jurong. Essas encomendas têm um custo estimado de US$ 860 milhões.



“Se a Petrobrás mantiver a decisão de não construir as plataformas P-55, P-57 e P-62 aqui no estado e também os 13 navios que foram licitados no ano passado, o estado estará perdendo além dos 18 mil novos postos do trabalho que poderão ser gerados, divisas que certamente viriam para os cofres fluminenses”, alertou.