Marcio Pochmann desafia movimento sindical a disputar a opinião pública

Após dar uma verdadeira aula sobre as transformações políticas e sociais ocorridas no Brasil desde a década de 30, presidente do Ipea aponta a necessidade de repensar a organização do trabalho.

Por uma hora e vinte minutos aproximadamente, o economista e presidente do Ipea, Marcio Pochmann, manteve a completa atenção do plenário do auditório do Hotel Embaixador. A atividade, promovida pela Federação dos Bancários RS no início da noite desta terça, 9,  contou com a participação de cerca de cem pessoas.



Além de fazer um relato histórico detalhado sobre as mudanças que ocorreram no Brasil, tanto na economia quanto na estruturação da sociedade, Pochmann falou sobre o momemento da conjuntura atual e da importância da convergência política para que o governo faça as escolhas certas rumo ao desenvolvimento. Confira algumas das principais declarações do economista:



“Desde a revolução de 30 até os anos 80 houve um ciclo de expansão e de transformações gigantescas. O Brasil passa de uma economia primária para um processo de industrialização e urbanização. Estas mudanças também fizeram surgir uma classe trabalhadora de grande significado. A transição do homem do campo para cidade, de maneira geral, representou uma relativa ascensão social.



Depois deste período tivemos três décadas que foram uma verdadeira tragédia para o país, representando regressão econômica e social. O desemprego cresceu, a distribuição de renda piorou e houve um processo de destruição do sistema produtivo.



De 2005 pra cá começamos a pensar a longo prazo. Voltamos a ter uma visão de futuro e de otimismo em relação ao País. Escolhas devem ser feitas considerando o que vem pela frente. Estamos vivendo um momento melhor que vai depender da maioria política.


 
Precisamos repensar a organização do trabalho e do próprio movimento sindical em conseqüência disto. Se não fizermos as propostas, outros farão. É necessário um novo olhar, especialmente quando estamos falando de uma nova classe trabalhadora, que não tem nada a ver com a dos anos 80.



O sindicato tem que disputar a opinião pública. Precisamos preparar dirigentes com visões de mundo e capacidade de fazer a disputa. Hoje existem no Brasil 70 mil dirigentes sindicais liberados. Não existe isso em nenhum outro país”.


 



Por: site Feeb RS