Tropas permanecerão em comunidades do Rio onde houver segundo turno

Formada por homens do Exército e criada a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a operação tem o objetivo de garantir a normalidade do processo eleitoral em locais dominados pelo tráfico de drogas ou por grupos paramilitares, as chamadas milícias.

A três semanas das eleições municipais, as tropas federais que participam da Operação Guanabara ocuparam as comunidades de Vila Aliança, em Bangu, e Taquaral, Coréia e Sapo, em Senador Camará, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os cerca de 2 mil homens da Brigada Pára-Quedista do Exército iniciaram a ocupação às 9h e foram recebidos com fogos de artifício, que normalmente são lançados por traficantes de drogas para anunciar a chegada da Polícia Militar.

Nas comunidades do Taquaral e Coréia, o Exército usou o tanque blindado Urutu, mas a presença ostensiva dos militares não intimidou moradores, que circulavam normalmente pelas ruas. Sem querer se identificar, por temer represálias de traficantes, um morador de 74 anos disse que a ocupação é positiva e que os militares deveriam permanecer na comunidade por tempo indeterminado.

Enquanto os soldados do Exército se espalhavam por pontos estratégicos das favelas, fiscais do TRE retiravam material irregular de campanha. Com ajuda de uma foice e de escadas, eles recolheram faixas e cartazes de candidatos colocados em estabelecimentos comerciais, o que é proibido pela legislação eleitoral.

A Operação Guanabara começou no dia 11 nas comunidades de Gardênia Azul, Rio das Pedras e Cidade de Deus, em Jacarepaguá, e Nova Holanda e Vila Pinheiros, no Complexo da Maré, na zona norte da cidade, onde os militares permaneceram por três dias, conforme estabelecido pelo TSE. A partir da próxima quarta-feira (17), o Exército ocupa a Rocinha e o Vidigal, na zona sul do Rio.