Governo da Índia promete apoiar república no Nepal

O governo indiano expressou hoje seu compromisso a continuar o apoio ao Nepal no futuro, independentemente das mudanças políticas que ocorreram na recém-criada república.

Depois de seu encontro com o premiê nepalês, Pushpa Kamal Dahal, líder do Partido Comunista Maoísta (PCN-M), o chanceler indiano, Pranab Mukherjee, manifestou que ambos os países precisam trabalhar unidos para dar uma nova dimensão às relações bilaterais.



Mukherjee afirmou que Nova Deli apóia o fortalecimento do sistema republicano no Nepal, e exortou a que ambos os países elevem sua cooperação econômica em benefício do desenvolvimento e aumentem seus vínculos culturais.



Até maio deste ano, quando a Assembléia Constituinte decretou a república federal democrática, o Nepal era regido por uma monarquia absoluta – de fato, o último reinado hinduísta do mundo.



Nas eleições constituintes de abril, o PCN-M ganhou a maioria e obteve o direito a encabeçar o atual governo de coalizão.



Em outras atividades de sua visita de quatro dias, Dahal se reuniu com a presidente Pratibha Patil, o vice-presidente Hameed Ansari e o premiê Manmohan Singh.



O dirigente nepalês iniciou a jornada com uma visita ao mausoléu Rajghat, dedicado a Mahatma Gandhi, onde rendeu homenagens ao Pai da independência indiana.



O dirigente também se reuniu com o líder opositor Lal Krishna Advani, candidato a premiê pelo ultradireitista Partido Bharatiya Janata.



Uma fonte nepalesa indicou que, apesar de seu partido ter se oposto à abolição do regime monárquico em Katmandú, Advani defendeu por continuar o apoio ao Nepal.



Dahal chegou a Nova Deli no domingo e sua primeira atividade foi sustentar um encontro com empresários indianos, a quem explicou as projeções econômicas e comerciais de seu governo.



De acordo com a mídia indiana, Dahal, que está acompanhado por vários ministros, tem em sua agenda tratar o tema da revisão do Tratado de Paz e Amizade indiano-nepalês de 1950 que rege os vínculos entre os dois países e o convênio de Kosi de 1954.